Maputo, 02 Dez (AIM) – O Ministério da Educação e Cultura (MEC) anunciou, nesta terça-feira (02), na capital moçambicana, a detenção dos responsáveis pela fraude nos exames da 9ª classe e promete responsabilizar os infractores.
O porta-voz da instituição, Silvestre Dava, apresentou hoje, em Maputo, detalhes sobre o caso, que envolveu a circulação antecipada de provas e levou à abertura de processos disciplinares e à detenção de vários agentes do sector.
Segundo Dava, as irregularidades foram inicialmente detectadas no distrito de Milange, província central da Zambézia, onde “os primeiros indícios apontaram para a violação das regras de movimentação, segurança e confidencialidade das provas”.
O porta-voz explicou que as investigações confirmaram que as provas das disciplinas de Inglês, Química, História e Física foram partilhadas antes da hora oficial da realização, através de redes sociais e contactos internos.
Segundo a fonte, 12 pessoas estão formalmente implicadas no esquema, incluindo o director do Serviço Distrital de Educação de Milange, o director da Escola Básica de Nagor, o director adjunto pedagógico, técnicos do sector e dois professores destacados como vigilantes.
“Vários dos implicados confessaram a participação directa na abertura antecipada dos envelopes e na divulgação das provas”, afirmou Dava.
O porta-voz confirmou ainda que dois dos envolvidos estão detidos, incluindo o director da escola e o seu adjunto pedagógico. “Estes indivíduos foram conduzidos à cela pelo Comando Distrital de Milange, onde aguardam os procedimentos subsequentes”, disse, acrescentando que fazem parte de uma investigação conjunta envolvendo o MEC, a direcção provincial da Zambézia e o comando distrital.
Como consequência, quatro exames foram anulados e substituídos por versões seguras.
Dava garantiu que os alunos não serão prejudicados e que novas datas de realização serão definidas pelas direcções provinciais de educação.
Em paralelo, decorrem auditorias internas nos centros de impressão e nas escolas envolvidas, para reforçar o controlo do processo.
Dava destacou que o MEC tem investido em medidas para prevenir fraudes, incluindo a codificação das provas e melhorias na rastreabilidade. Contudo, lembrou que a integridade dos exames depende também da responsabilidade individual dos gestores escolares.
“O Ministério confia nos seus quadros, mas quando há desvios, como neste caso, a responsabilização é inevitável”, afirmou.
O porta-voz apelou aos professores e encarregados de educação para que cooperem na defesa da integridade dos exames, advertindo que a sabotagem escolar pode prejudicar gravemente os alunos.
“O Ministério irá responsabilizar todos os autores da fraude, sem excepção”, concluiu Dava.
(AIM)
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