Primeira-ministra, Benvinda Levi cerimónias alusivas ao Dia Mundial da Luta contra o SIDA
Maputo, 01 Dez (AIM) – Moçambique registou 44 mil mortes relacionadas com o HIV/SIDA em 2024, incluindo 10 mil crianças.
No mesmo período, foram contabilizadas 92 mil novas infecções, das quais 37% ocorreram entre adolescentes e jovens, elevando para 2,5 milhões o número de pessoas a viver com HIV no país.
“Lamentavelmente, registou-se no ano de 2024 a ocorrência de 44 mil mortes relacionadas com a epidemia, incluindo 10 mil crianças. Estes números mostram a magnitude do desafio que ainda enfrentamos”, afirmou esta segunda-feira (01), em Maputo, a Primeira-Ministra, Benvinda Levi, durante as cerimónias centrais alusivas ao Dia Mundial da Luta contra o SIDA.
Apesar dos progressos alcançados, Levi sublinhou que a epidemia continua a afectar de forma desproporcional adolescentes, jovens, mulheres e crianças.
“Cerca de 87% das pessoas vivendo com HIV conhecem o seu estado serológico, 95% das diagnosticadas estão em tratamento e 91% têm carga viral suprimida. Estamos próximos das metas globais 95-95-95”, disse.
A governante explicou que estes resultados foram possíveis graças à implementação de modelos diferenciados de serviços, reforço de abordagens comunitárias e protecção do acesso ao tratamento antirretroviral, incluindo dispensa trimestral e semestral. Reconheceu, contudo, que ainda persistem desafios, especialmente na calibração da testagem nas províncias com maior incidência do HIV.
Para superar estas dificuldades, a ministra apresentou as acções prioritárias do Governo.
“Vamos reforçar a educação sexual nas escolas, abranger mais de sete milhões de estudantes, expandir o auto-teste para populações de difícil acesso, implementar modelos diferenciados de cuidados, entregar antirretrovirais a nível comunitário e reduzir barreiras de estigma e discriminação”, esclareceu.
Já o secretário-executivo do Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS), Francisco Mbofana, alertou para sinais de relaxamento da população.
“Um cidadão perguntou-me: ‘Mas esse Sida ainda existe?’ Isso mostra a dimensão do relaxamento. Temos correntes que desencorajam o uso do preservativo, promovendo relações ocasionais sem protecção”, detalhou.
Mbofana anunciou a campanha Dezembro Vermelho, destinada a prolongar acções de prevenção, testagem e sensibilização vai até 30 de Dezembro.
“À volta de 01 de Dezembro o movimento é intenso, mas termina logo no dia 02. Vamos puxá-lo até dia 30 para alavancar a nossa resposta e envolver toda a população”, avançou.
Em representação das Nações Unidas (ONU) em Moçambique, o responsável reforçou que acabar com o SIDA até 2030 não é um sonho distante. “Está ao nosso alcance se trabalharmos juntos. Nenhuma tecnologia terá impacto se não chegar a quem mais precisa. Precisamos investir nas comunidades, activistas e profissionais de saúde que sustentam a resposta no dia-a-dia.”
“Cada cidadão deve poder viver com dignidade e esperança. Acabar com o SIDA é responsabilidade de todos. Estamos juntos nessa missão”, concluiu.
(AIM)
NL/sg
