Secretário de Estado, em Manica, Lourenço Lindonde (direita) trocando impressões com os ministros Kazembe Kazembe (centro) e Felizx Mhona (esquerda).
Mutare (Zimbabwe) 05 Dez (AIM) – O secretário de Estado na província de Manica, Lourenço Lindonde, centro de Moçambique defende a modernização da fronteira de Machipanda, na província central de Manica, que liga Moçambique e Zimbabwe para evitar longas filas de camiões de longo curso e flexibilizar a passagem de viaturas entre os dois países.
A ideia foi expressa hoje (05), durante a visita que Lourenço Lindonde efectuou a Machipanda, onde referiu que a melhoria da infra-estruturas como instalações das fronteira, ampliação da rodovia e a ponte que dá acesso aos dois países poderão ser soluções concretas para ultrapassar o problema.
O edifício onde actualmente funciona a Migração e as Alfândegas, na fronteira de Machipanda, foi construído nos anos 50 e havia sido concebida apenas para a travessia de turistas.
Naquela época, o transporte de mercadorias a partir do porto da Beira, na província de Sofala, era feita via ferroviária.
De alguns anos até a presente data, a mercadoria é transportada em camiões de longo curso, o que tem estado a causar congestionamento na fronteira de Machipanda.
Em média diária atravessa pela fronteira de Machipanda, de e para o Zimbabwe, incluindo outros países do interior, mais de mil viaturas de carga.
A visita de Lourenço Lindonde à fronteira de Machipanda e Fobs (Zimbabwe) contou com a presença dos ministros Negócios Estrangeiros e Cultura do Zimbabwe, Kazembe Kazembe, dos Transportes, Infra-estruturas e Desenvolvimento, Felix Mhona e ministro do Estado e para Assuntos Provinciais e Descentralização, Misheck Mugadza.
“A modernização das infra-estruturas poderá possibilitar a criação de melhores condições de trabalho e incrementar a mão-de-obra. O que vimos e o congestionamento nos dois sentidos. Temos por exemplo a ponte que precisa ser ampliada para facilitar a passagem dos camiões” referiu Lourenço Lindonde.
“O tamanho das infra-estruturas não corresponde ao desenvolvimento actual. No passado circulavam poucas viaturas. Agora a demanda é maior. É preciso melhorarmos o edifício e a ponte para permitir que o trânsito flua. Para isso já temos um concurso lançado para a edificação da nova ponte”.
Lindonde acredita que a construção de um porto seco também poderá ajudar solucionar o problema.
Os moçambicanos, segundo o governante, devem pensar grande para criar melhores condições nas fronteiras.
“É um exercício que achamos ser muito importante para os dois países que têm laços históricos desde a luta de libertação nacional. Sempre tivemos trocas comerciais. Os dois povos comungam as mesmas fronteiras. Portanto, urge resolver este problema para permitir que tenhamos maior fluxo de camiões na fronteira” referiu Lourenço Lindonde.
“Com o aumento de pessoal em todas as áreas como alfândega, migração e outras instituições poderá fazer com que haja maior fluidez do trânsito naquela fronteira que é a segunda maior de Moçambique, depois de Ressano Garcia, na província de Maputo” acrescentou.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cultura, que chefiou a delegação zimbabweana, Kazembe Kazembe, conheceu ser um problema que requer uma intervenção do governo.
“Reconhecemos ser um problema porque os camiões não podem permanecer longas filas e dias para entrarem no Zimbabwe ou Moçambique. O nosso presidente Emmerson Mnangagwa incumbiu-nos a missão de ver o que realmente está acontecer nas duas fronteiras (Machipanda e Forbes) sobre congestionamentos dos camiões”, sublinhou Kazembe Kazembe.
“Vamos intervir para uma solução a curto prazo. Mas também há intervenções que serão feitas a médio e longo prazo. Por essa razão viemos para aqui e em conjunto encontramos soluções”.
Kazembe Kazembe lembrou que a busca de soluções para o problema visa melhorar a eficiência naquela postos de travessia e os resultados serão visíveis com trabalho, empenho e a entrega dos dirigentes dos dois países.
“Queremos trabalhar em conjunto, formar uma única equipa de trabalho que poderá trazer resultados que todos desejamos e melhorar as condições dos utentes das nossas fronteiras”, referiu.
Dentro de duas semanas, as delegações de moçambicana e do zimbabweana têm agendado mais um encontro para avaliar o nível de execução de algumas medidas para aliviar o congestionamento da fronteira de Machipanda.
As filas de camiões de longo curso na fronteira de Machipanda são longas e chegam a alcançar uma extensão de 20 quilómetros.
Por isso, os camionistas de longo curso permanecem um ou dois dias para chegar a fronteira em marcha lenta e por vezes, em condições precárias.
“Por vezes ficamos até dois dias em zonas sem alimentação, nem condições para higiene. Ficamos nos carros durante a noite, sem dormir e em marcha lenta até a fronteira. Para nós tem sido um grande constrangimento porque levamos carga pesada e também perigosa. Há perigo de roubo durante a noite”, explicou Stefan Munharazi, um dos camionistas de longo curso.
(AIM)
Nestor Magado (NM) /sg
