Maputo, 26 Jul (AIM) – O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BM), reunido hoje em Maputo, decidiu manter a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) em 17,25 por cento.
Segundo o BM, a decisão é sustentada pela prevalência de elevados riscos e incertezas adversos associados, sobretudo, à pressão na despesa pública, bem como ao prolongamento e intensificação do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, não obstante as perspectivas de manutenção da inflação em um dígito no médio prazo.
Em comunicado de imprensa enviado, esta quarta-feira, à AIM, o Banco Central explica que, em Junho de 2023, a inflação anual reduziu para 6,8 por cento, a traduzir, principalmente, a queda dos preços da classe de bens alimentares, favorecida pela época fresca, num contexto de estabilidade da taxa de câmbio.
“A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens administrados, também abrandou. A evolução da inflação no médio prazo reflecte, sobretudo, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas que vêm sendo tomadas pelo CPMO”, afirma o comunicado emitido no final de mais uma sessão do CPMO.
A nível interno, de acordo com o BM, prevê-se a manutenção da pressão sobre a despesa pública e das incertezas em relação à evolução dos preços de bens administrados, com destaque para os combustíveis líquidos.
“Na envolvente externa, as incertezas quanto à magnitude dos impactos do prolongamento e intensificação do conflito entre a Rússia e a Ucrânia mantêm-se elevadas”, reitera.
Por outro lado, adverte que a dívida pública interna se agravou. “O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora situa-se em 308,4 mil milhões de meticais (cerca de 4,8 mil milhões de dólares), o que representa um aumento de 33.3 mil milhões de meticais (2,1 mil milhões de dólares) em relação a Dezembro de 2022”, refere o comunicado.
O CPMO assegura que continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projecções de inflação, e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias.
A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para 22 de Setembro próximo.
(AIM)
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