
Maputo, 02 de Ago (AIM) – Pelo menos cerca de 1.016.478 DUATs (Direitos de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT) foram atribuídas às mulheres em diferentes projectos, no período entre 2015 e 2022.
Segundo a directora nacional do Género Criança e Acção Social, Geraldina Juma, para que as mulheres produtoras tenham mais acesso à terra, é necessário que se faça um trabalho com as comunidades locais que têm o poder de decisão sobre a titularidade da terra.
A fonte falava hoje no “Café da Manhã” da Rádio Moçambique, emissora pública, sobre a “VII Conferência Nacional Sobre a Mulher e Género”.
“Muitas mulheres estão no campo, são elas que produzem, mas não têm a titularidade da terra. Também há um trabalho que tem que se fazer ao nível local, principalmente com as comunidades, líderes comunitários, que são muitas vezes quem decide essa questão da titularidade, as famílias também”, disse Juma.
Sobre a inclusão digital da mulher, a directora sugeriu que o país só vai avançar se a mulher puder ter acesso às tecnologias de comunicação e informação.
“Infelizmente, ainda estamos com números baixos no acesso a um computador, em termos de acesso a um telemóvel com internet. Portanto, ainda temos alguns desafios”, disse.
Mesmo assim, reconheceu que, actualmente, há cada vez mais mulheres a usar plataformas digitais para fazer transacções financeiras.
“Hoje temos muitas mulheres a usar os diferentes canais digitais para fazerem transacções económicas. Então, como nós sabemos, a mulher é que está no sector informal e tem que trabalhar com esses canais digitais para fazer as suas transacções”, afirmou Juma.
Disse, ainda, que foram feitos grandes avanços para o alcance da paridade no acesso à educação no país.
“Dando exemplo, neste momento, o país, em termos de acesso ao ensino primário, temos cerca de 49 por cento de raparigas que ascendem ao ensino primário. Portanto, até já estamos quase a atingir paridade em algumas regiões do país”, realçou.
“Pensamos que seja feito um trabalho, principalmente no que diz respeito a saúde e direitos sexuais reprodutivos das mulheres, acesso a partos seguros, por exemplo. É importante diminuir a mortalidade materna no país”, acrescentou.
Segundo Juma, a união prematura constitui um grande empecilho para a permanência da rapariga na escola.
“Quando a rapariga vai evoluindo até ao nível, por exemplo, secundário, começamos a perdê-la por diversos motivos, como as uniões prematuras”, afirmou, considerando ser um grande desafio.
(AIM)
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