Maputo, 25 Out (AIM)- O partido Revolução Democrática (RD) anuncia que nunca mais vai participar nos processos eleitorais em Moçambique, sejam autárquicos ou gerais que, por sinal, decorrerão próximo ano, envolvendo as presidenciais, provinciais e legislativas.
A declaração de Vitano Singano, líder desta formação política, soa mais à despedida deste partido da cena política nacional, sustentada pelo desaire que teve na votação do dia 11 de Outubro, em que, por exemplo, no município da Matola, sul do país, obteve apenas 2377 votos. Igualmente, na cidade de Maputo, a capital do país, a Revolução Democrática praticamente teve 520 votos.
Segundo o “Notícias”, mais ainda, para a tomada desta posição, o presidente do partido evoca uma pretensa falta de ambiente democrático no país para a corrida eleitoral inclusiva.
Singano, que criou o partido ano passado com intenção clara de ir à disputa eleitoral, havia assumido que o seu objectivo primário era destronar a Renamo como segunda formação política no país. E isso faz sentido, olhando para o facto de os membros seus serem, na sua maioria, antigos dissidentes da Renamo.
“Nós não vamos nunca mais concorrer em eleições na República de Moçambique. Esta é uma decisão já tomada e amadurecida, estamos a nos auto-excluir dos processos eleitorais por falta de um clima de transparência que envolve estas actividades”, destacou.
Questionado se esta posição significa o fim da Revolução Democrática, Vitano Singano não assumiu e nem desmentiu, ficando-se pelo pêndulo e entregando os destinos do partido aos demais membros que, em reunião geral, terão que deliberar se ainda vale a pena ou não manter a organização.
Neste sentido, é ponto assente que se a maioria dos membros decidir-se pela dissolução aí será, definitivamente, declarado o fim, prematuro, do RD.
A Revolução Democrática ganhou destaque quando foi ordenada a troca de símbolos pelo Conselho Constitucional (CC), por apresentar semelhanças com os distintivos da Renamo. Igualmente submeteu ainda recurso junto a este órgão de soberania que resultou no anulamento do sorteio das posições nos boletins de voto e distribuição do tempo de antena para a campanha eleitoral.
(AIM)
FF
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2025-01-24