Nacala Porto (Moçambique), 11 Dez (AIM) – O Cabeça de Lista da Renamo, a nível da autarquia da cidade portuária de Nacala, norte de Moçambique, Raúl Novinte, continua a achar que os resultados das últimas autárquicas são fruto de fraude eleitoral e deixa que sejam os respectivos munícipes exigir a reposição da verdade.
Volvidas 24 horas apos a repetição da votação em algumas mesas do município localizado na província de Nampula, Novinte acusa o partido governamental, a Frelimo, de ter arrancado o poder, em Nacala, por via de fraude eleitoral.
Doravante, a fonte deixa que o povo encontre forma de exigir seu direito alegadamente negado através de viciação de resultados e vontade popular.
O Cabeça de Lista assim se pronunciou na manhã de hoje (11), em Nacala, no mesmo instante em que os órgãos de administração eleitoral, a nível distrital, anunciavam os resultados da votação nas assembleias de voto de Murrupelane e Cristo é Vida, dando vantagem expressiva à Frelimo, partido anunciado vencedor no escrutínio de 11 de Outubro.
“Nós não fomos votar [domingo], mas a Renamo e o cabeça de lista, que sou eu Novinte, ganhamos. Podemos ser arrancados sim, como a Frelimo sempre quis, mas o povo sabe a quem elegeu. Nós vamos deixar tudo nas mãos do povo”, disse Novinte a jornalistas.
O tom do Cabeça de Lista da Renamo pode significar o fim da longa “novela” eleitoral marcada por contestação violenta de resultados desde as autárquicas de 11 de Outubro último que decorreram em 65 municípios, a escala nacional.
Em relação as marchas que o partido, sob sua liderança a nível da cidade de Nacala tem vindo a levar a cabo, a fonte avançou que aguarda orientações do seu partido ao mais alto nível a partir de Maputo, a capital do país, porque, segundo disse, não tem competência para decidir sobre a continuidade ou não das marchas.
“Sobre as manifestações, eu não tenho domínio disso. O partido é que vai decidir se continuam ou cessam”, vincou.
Novinte pediu para que nos próximos pleitos, a polícia não seja parte do processo eleitoral, porque, na sua óptica, a acção da corporação cria condições para que haja fraude eleitoral, através de ameaças, com recurso a armas de fogo, contra a oposição em benefício da Frelimo.
“Ameaçam o povo, intimidam o povo para não votar nos seus candidatos preferidos. Isto não é democracia”, referiu.
Quanto a abstenção a volta de 60 por cento ou mais, a Renamo entende que foi porque os seus eleitores não foram votar, prova inequívoca de que o partido goza de apoio popular forte.
Lembrar que a Renamo não se fez presente nas assembleias de voto, durante o pleito de repetição neste domingo (10), através dos seus delegados de candidatura e membros de mesas de voto (MMV’s), elementos essenciais indicados pelos partidos políticos para assegurar a lisura e transparência do processo eleitoral.
E como consequência directa do boicote, a Frelimo, nos dois postos de votação de repetição, atingiu perto de quatro mil votos, dos cerca de 12 mil em disputa, contra cerca de 200 para a Renamo e 100 para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política em Moçambique.
(AIM)
PC/mz