Eleicoes autarquicas, votacao. Foto Arquivo
Maputo, 30 Dez (AIM) – A Renamo manifestou hoje (30) a sua insatisfação com os resultados das eleições autárquicas de 10 de Dezembro corrente, pelo facto de não espelharem a vontade dos eleitores nas urnas e terem sido arquitectados, desde o início, pelos órgãos eleitorais.
O sentimento foi expresso na manhã de hoje pela mandatária nacional da Renamo, Glória Salvador e pelo vice-Presidente do Conselho Nacional de Eleições (CNE), Fernando Mazanga, após a validação e proclamação de resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional (CC).
“Vínhamos já a saber qual seria o resultado, porque mesmo que o CC diga que em Marromeu faltaram provas no Tribunal Distrital, isso é mentira. Tivemos provas sim. Para os processos eleitorais a prova mais importante são os editais e a Renamo disponibilizou 23 editais no Tribunal de Marromeu”, disse Salvador.
Explicou que faltaram 18 mesas porque na hora de entrega dos editais alguns presidentes levaram e fugiram. Outros a polícia foi recolhendo nas mãos dos delegados de candidatura que desapareceram porque receberam instruções nesse sentido nas mesas de voto onde a Renamo estivesse a ganhar.
Segundo Salvador, a Renamo apresentou provas inequívocas para demonstrar a fraude, mas o CC decidiu ignorar.
“O Conselho Constitucional depois diz que não tivemos provas isso é uma pura mentira… em Marromeu os presidentes foram encontrados com um montante de votos pré-votados para a Frelimo e quando os nossos delegados de candidatura descobriram apresentaram-lhes e foram suspensos, isso não é prova?”, questionou.
“É uma prova inequívoca porque ficou provado que aquele senhor carregava um monte de boletins pré-votados pela Frelimo, ficou suspenso, mas acredito que já esta fora da cadeia porque alguém o induziu, essa pessoa tem que continuar a o proteger até ao Conselho Constitucional e este não quer ouvir mais nada do que seguir aquilo que foi dito. É uma acção já combinada e sistemática não é de provas que CC precisa, é de outra coisa e nós não sabemos o que é”.
Já Mazanga diz que não houve respeito da vontade popular expressa nas urnas
A fonte lamenta a ocorrência das mesmas irregularidades. A população vota a favor de um determinado partido mas depois aparece alguém da CNE a manipular os resultados.
Das 65 autarquias existentes no país, a Frelimo foi declarada vencedor em 60 autarquias, Renamo em quatro e MDM uma.
(AIM)
ZT/sg
