Maputo, 30 Jan (AIM) – Moçambique registou 2.709 casos de lepra em 2023 contra 2.720 registados em 2022, que se traduz numa queda de 0,4 por cento.
Apesar dessa ligeira descida, o governo moçambicano manifesta a sua preocupação com os casos registados nas regiões centro e norte do país.
“As províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia notificaram mais de 80 por cento de casos por ano”, disse Baltazar Candrinho, médico da Direcção Nacional de Saúde Pública, durante as comemorações do Dia Mundial da Luta contra Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), hoje (30), em Maputo.
“Para a Lepra, em 2023 foram registados 2.709 novos casos em 2023 contra 2.720 registados em 2022 que corresponde a uma ligeira redução de 0,4 por cento”, disse.
Explicou que das 22 DTN referenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Moçambique está entre os países africanos com maior peso deste grupo de enfermidades.
Segundo a fonte, as DTN mais comuns no nosso país são a filaríase linfática (ou elefantíase), schistosomíase (ou bilharziose), parasitoses intestinais (ou lombrigas), tracoma (ou doenças dos olhos), tinha, escabiose (ou Sarna), tunguíase (ou matequenha) e lepra.
“O nosso país tem vindo a notificar também outras doenças deste grupo que afectam em maior proporção as crianças, como são os casos da sarna, tinha, tunguíase (matequenha), envenenamento por picada de cobra, a raiva entre outras”, acrescentou.
Destacou que o Ministério da Saúde (MISAU) tem implementado diferentes estratégias integradas, com vista a manter a população moçambicana livre das DTN, especialmente nas regiões endémicas.
“O MISAU prioriza a administração massiva de medicamentos em campanhas e diagnóstico e tratamento dos casos, bem como intervenções cirúrgicas nos casos de complicações graves”, disse.
Assegurou que o governo tudo fará para priorizar Doenças Tropicais Negligenciadas e garantir que toda a população tenha acesso aos cuidados de saúde para a prevenção de doenças de uma forma geral e particularmente das DTN’s.
“Esperamos cumprir a meta estabelecida pela OMS de, até 2030, eliminarmos as doenças tropicais negligenciadas, seguindo os cinco pilares estratégicos como a quimioterapia massiva, disponibilidade de água potável, saneamento, higiene e educação, entre outros”, disse.
A efeméride que decorre sob o lema “Unir esforços e agir para eliminar as Doenças Tropicais Negligenciadas”, visa sensibilizar e lembrar a todo o povo moçambicano sobre o risco que as DTN representam para a saúde pública.
Explicou que “apesar de serem negligenciadas, elas causam lesões graves e deformidades ou incapacitam permanentemente as pessoas que contraem as mesmas independentemente da idade, raça, sexo, extracto social, nível académico”.
Apelou participação de todos nas campanhas de administração massiva de medicamentos que o MISAU promove, anualmente, para que estas doenças deixem de ser um problema de saúde pública.
Já a médica-chefe da cidade de Maputo, Vanda Zita, falou da necessidade de reforçar a consciencialização das comunidades em matérias de higiene pessoal e colectiva para travar o aumento das DTN’s na cidade de Maputo.
“No último ano, a cidade de Maputo vem registando um aumento exponencial na notificação de DTN’s com maior enfoque para tinha com uma subida de 91 por cento, comparado com igual período do ano passado cento e a sarna com uma subida de acima de 100 por cento, em 2022”, disse.
Segundo a fonte os distritos com mais casos de DTN são Ka Maxaquene, Ka Mavota, Ka Mubukwane e Ka Lhamanculo.
(AIM)
SNN/sg