
seca
Lusaka, 01 Mar (AIM) – O Presidente zambiano, Hakainde Hichilema, declarou a seca que o país enfrenta um desastre e emergência nacional, afirmando que devastou a produção alimentar e a produção de energia, numa altura em que o país luta para recuperar de uma recente epidemia de cólera que já fez mais de 700 mortos.
À semelhança de alguns dos seus vizinhos, a Zâmbia está a enfrentar uma grave seca devido ao fenómeno El Nino, que está a agravar as condições meteorológicas adversas atribuídas, em parte, às alterações climáticas.
Num discurso à nação, proferido quinta-feira (29), Hichilema disse que pediu às forças de defesa e segurança para se concentrarem mais na produção de alimentos.
Hichilema afirmou que 84 dos 116 distritos do país foram afectados pela seca prolongada e que as autoridades vão levar alimentos das zonas onde existem excedentes e distribuí-los pelas zonas necessitadas.
Além disso, a Zâmbia planeia aumentar a importação de alimentos e mobilizar as agências da ONU e as empresas locais para ajudar. Acrescentou ainda que a seca destruiu cerca de um milhão de hectares dos 2,2 milhões de hectares plantados com milho, a cultura de base.
“Esta seca está a ter consequências devastadoras em muitos sectores, como a agricultura, a disponibilidade de água e o abastecimento de energia, pondo em risco a nossa segurança alimentar nacional e os meios de subsistência de milhões de pessoas. “Prevê-se que a seca continue até Março, afectando mais de um milhão das nossas famílias rurais”, disse Hichilema.
A produção de electricidade não foi poupada, com o país a esperar um défice de cerca de 430 megawatts devido à queda do nível de água na principal fonte de energia hidroeléctrica do país, a barragem de Kariba, que partilha com o seu vizinho, o Zimbabwe.
Para fazer face a esta situação, o país vai importar electricidade e racionar o fornecimento aos seus cerca de 20 milhões de habitantes.
A Zâmbia foi recentemente atingida por um dos seus piores surtos de cólera, que matou mais de 700 pessoas e infectou mais de 19.000.
Embora muitos países da África Austral ainda não tenham declarado estado de desastre nacional, também se encontram numa situação terrível devido à influência do fenómeno meteorológico El Nino, de acordo com a agência da ONU, o Programa Mundial para Alimentação (PMA).
Partes da Zâmbia, do Zimbabwe e do Botswana consideram que o mês de Fevereiro foi o mais seco dos últimos 40 anos, enquanto se registaram graves falhas de precipitação no sul do Malawi, no leste de Angola e em algumas partes de Moçambique, afirmou o Programa Mundial para Alimentação (PMA), num boletim divulgado esta semana.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o braço do governo americano para a ajuda externa, estimou, através da sua rede de sistemas de alerta precoce da fome, que 20 milhões de pessoas na África Austral necessitarão de ajuda alimentar entre Janeiro e Março.
Segundo a USAID, muitas pessoas que vivem nas zonas mais preocupantes, como o Zimbabwe, sul do Malawi, partes de Moçambique e sul de Madagáscar, vao enfrenar insegurança alimentar-se até ao início do ano 2025 devido ao El Niño.
(AIM)
Africa News/sg