
Crianças minutos após o término da marcha de conscientização do autismo na cidade de Maputo
Maputo, 27 Abr (AIM) A Associação Moçambicana de Autismo (AMA) sugere melhorias nos serviços de pediatria e materno-infantil para facilitar o diagnóstico precoce de algumas doenças como o autismo.
A proposta surge pelo facto de algumas crianças serem diagnosticados com o autismo já numa idade avançada seis, oito, até nove anos.
“Temos ainda diagnósticos tardios, não se justifica que os pais frequentem as consultas de pediatria e serviço materno-infantil desde que as crianças nascem e só têm o diagnóstico aos seis, oito, nove”, disse Nélia Macondzo, presidente da AMA, hoje (27), em Maputo, após a marcha de consciencialização sobre o autismo.
Macondzo reconhece a abertura que o governo cria para ouvir a AMA e o seu engajamento na criação de leis que garantem uma educação inclusiva, como “Educação para todos”, todavia quer acções mais concretas.
“O governo ouve-nos, temos abertura para chegar a ele, mas o que nós sentimos é que ainda está a ser muito no papel, já existem as leis, contudo não temos um sistema de educação preparado para acolher os autistas”, disse.
Segundo a fonte, a iniciativa visa consciencializar a sociedade em relação ao autismo porque, segundo explicou, apesar de as pessoas conhecerem o nome, muita gente não compreende o que é de facto o autismo.
“Muita gente ainda não compreende o que é o autismo por ser de difícil identificação e sem rosto. Ainda temos muitas crianças nas escolas com dificuldades de aprendizagem e socialização que o próprio professor não compreende”, disse.
Macondzo disse que ao nível da cidade de Maputo a associação conta com mais de 500 pessoas vivendo com o autismo, disse ainda que a marcha decorreu também em Tete e Beira, insere-se nas celebrações do dia 2 de Abril, dia mundial de conscientização do autismo e teve.
Marco Trindade, de 17 anos, autista e aluno da 12ª diz que o autismo não é uma má coisa, é apenas uma forma de uma alternativa de ser e apela a sociedade a não descriminar pessoas vivendo com autismo.
A Harvard Medical School define o autismo como sendo uma perturbação do desenvolvimento do cérebro em que as pessoas têm dificuldade de comunicação e nas interacções sociais, podendo apresentar ainda padrões de comportamento, interesses e actividade fora do habitual.
Este tipo de perturbações têm múltiplas causas e podem apresentar várias manifestações clínicas.
(AIM)
Snn/sg