Maputo, 27 Mai (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirma que o Canal de Moçambique, braço de mar do Oceano Índico, deve estar em prontidão para a circulação de navios, no caso de indisponibilidade do Canal de Suez.
Falando num breve contacto estabelecido com jornalistas mantido segunda-feira (27) minutos após o seu regresso de uma visita oficial de dois dias às Ilhas Comores, Nyusi manifestou a sua disponibilidade para continuar a cooperar com aquele país vizinho sobre a navegabilidade do Canal de Mocambique, afirmando que não existe outra opção devido a localização geográfica das Comores.
A visita de Nyusi visava participar na cerimónia da investidura de Azali Assoumani, reeleito, a 14 de Janeiro último, para o cargo de Presidente da União das Comores.
“Ainda dissemos hoje que, quando o Canal de Suez esteve com dificuldades de penetração, foi usado mais o Canal de Moçambique; então, nós temos que estar sempre preparados porque é uma opção segura para todos os países, e em momentos mais difíceis”, vincou.
“Não podemos ter um país vizinho, próximo do [distrito de] Quissanga, Pemba, [localidade de] Pangane [distrito de Macomia] sem estar em comunicação connosco”, vincou o Chefe do Estado, tendo sublinhado que durante os 10 anos do seu mandato, o governo cimentou as relações bilaterais com o de Comores, o que resultou na contínua manutenção da segurança marítima de ambos países.
Para realçar a cooperação entre os povos moçambicano e comoriano, Nyusi fez saber da participação dos cidadãos do Comores naturalizados moçambicanos, na cerimónia de investidura do Presidente daquele país localizado no extremo norte do Canal de Moçambique na costa oriental da África.
“Temos os nossos concidadãos aqui que são naturais de lá [Comores] e agora são moçambicanos. Saíram daqui do bairro de [Mafalala] um bairro mais famoso e foram assistir à cerimónia mesmo sem convite”, acrescentou.
Sobre a sua visita às Comores, Nyusi disse que foi produtiva, apontando a área económica e comercial como fundamental para cimentar cada vez mais a cooperação com aquele país.
“Nós temos mercado lá, e eles têm mercado aqui; é um país que precisa muito da entrada [de produtos] porque muita coisa vem do Paquistão, da Indonésia […] da Ásia, bem como da França”, disse, indicando que Comores importa igualmente tomate, o que não faz mito sentido porque Moçambique e produtor daquela cultura.
“Eles têm algo que também podem trazer para aqui: e nós temos o Porto de Nacala [província nortenha de Nampula] temos o Porto de Pemba. Para poderem viajar [à Comores] os moçambicanos devem ir à França, ou até à Etiópia. Porquê não fazermos 30 minutos de Pemba, ou 40 minutos de Nacala, para poder chegar lá [Comores] e comunicar com o mundo?”, indagou o Presidente.
Por isso, Nyusi convidou os ministros comorianos das áreas específicas para efectuar uma visita de trabalho a Moçambique para dinamizarem o comércio e investimento entre os dois países.
(AIM)
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