
Maputo, 19 Jun (AIM) – Pelo menos sete casos de tráficos de pessoas, sobretudo crianças de Moçambique para África do Sul, foram reportados em 2023, contra tres no ano anterior anunciou hoje, em Maputo, a Coordenadora do Grupo de Referência Nacional de Protecção a Criança, Combate ao Tráfico de Pessoas e Migração Ilegal, Maria Pinto.
“Dizer que os números nem sempre reflectem a realidade no terreno, porque o tráfico de pessoas é difícil de detectar e nem todos os casos caem nas nossas mãos”, disse Pinto que falava na abertura da Reunião de Coordenação Transfronteiriça entre Moçambique e África do Sul.
A fonte admite que os números podem não reflectir a realidade devido à complexidade deste tipo de crime.
“O fato de referirmos quatro ou sete casos não significa que só estes casos tenham ocorrido”, advertiu.
Disse que actualmente, outros quatro casos suspeitos de tráfico estão sob investigação das autoridades.
Pinto explica que na maioria das vezes os casos ocorrem devido a situação de vulnerabilidade dos envolvidos, sobretudo crianças.
“O que acontece é que nas áreas mais remotas, as pessoas frequentemente vivem em situações de vulnerabilidade e são facilmente incitadas a ir para as cidades com a promessa de melhores condições de vida e nesta sequência, muitas crianças são vítimas deste tipo de crime, com o objectivo de exploração laboral, exploração sexual, entre outros”, explicou.
Como forma de reverter este cenário decorrem campanhas de sensibilização junto as comunidades mais vulneráveis.
“Porque quando as pessoas têm conhecimento das formas de assédio e dos indicadores de tráfico, podem facilmente recuar. Por isso, temos priorizado a prevenção destes crimes, além da repressão. Os nossos grupos de referência estão representados em vários níveis, desde o nacional, provincial ao distrital e neste contexto, são grupos multidisciplinares que têm realizado campanhas para a prevenção deste crime”, apontou.
Os dois países estão actualmente a preparar um memorando de entendimento que visa, entre outros, melhorar a segurança das fronteiras dos dois países, a segurança das vítimas de tráfico, e a garantia dos direitos dos migrantes quando são encontrados sem documentos na África do Sul.
(AIM)
CC/sg