
Director-geral do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo (a direita) e o representante da Alta Comissária do Canadá, Ashraf Assanei na assinatura do memorando de entendimento
Maputo, 19 Abril (AIM) – O governo do Canadá comprometeu-se hoje a desembolsar sete milhões de dólares canadianos para financiar o Inquérito Nacional de Prevalência e Factores de Risco das Doenças Crónicas Não Transmissíveis (inCRONICA-2024), bem como a Avaliação Harmonizada da Prontidão das Unidades Sanitárias e Serviços de Saúde (PROSA).
Para o efeito foi assinado um memorando de entendimento entre director-geral do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo, e o representante da Alta Comissária do Canadá em Moçambique Ashraf Assanei.
Segundo o director-geral do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo, ambos inquéritos, que serão conduzidos pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) resultam da delegação de competências pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“O nosso país tem vindo a registar transformações demográficas e epidemiológicas importantes com impacto no aumento das doenças crónicas. Não é a primeira vez que o nosso país realiza inquéritos sobre doenças crónicas, este é o terceiro. O primeiro ocorreu em 2005 e o segundo 2014-2015”, explicou.
Trata-se de duas operações estatísticas complexas.
Quanto a INCRONICA, os profissionais da saúde, incluindo investigadores, especialistas e outros do INS irão contactar os agregados familiares de todo país e unidades sanitárias seleccionadas.
Para o PROSA, os inquiridores do INS vão medir a capacidade para oferecer e a prontidão para prestar serviços de saúde nos aspectos de qualidade e gestão das unidades sanitárias.
O representante da Alta Comissária do Canadá, Ashraf Hassanein, deu a conhecer que ambos inquéritos inCRONICA -2024 e PROSA 2025 trarão informações actualizadas sobre o Serviço Nacional de Saúde e saúde dos moçambicanos, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços prestados a população, particularmente grupos vulneráveis.
“Num passado recente as instituições parceiras deste projecto colaboraram na elaboração do inquérito nacional sobre disponibilidade e participação dos serviços de saúde, vulgarmente SARA 2018.
Hassanein, diz ainda que apesar dos caminhos percorridos e dos resultados alcançados, muito ainda pode ser feito de modo a trazer evidências e aprimorar a qualidade dos dados, contribuindo para maior qualidade dos dados, planificação integrada, elaboração de boas políticas, estratégias sectoriais nas áreas de saúde sexual reprodutiva, materna, recém-nascido e do adolescente.
Por seu turno, o vice ministro da Saúde, Ilesh Jani, explicou que a assinatura do memorando sobre Inquérito Nacional de Prevalência e Factores de Risco (inCRONICA-2024) e da Avaliação Harmonizada a Prontidão de Unidades Sanitárias e Serviços de Saúde (PROSA-2025), revela o compromisso do governo Canadense com bem estar dos moçambicanos.
“As doenças crónicas não transmissíveis representam a principal causa de cerca de 2/3 de mortes registadas a nível mundial anualmente.
Embora sem dados taxativos, Ilesh Jani, diz que Moçambique regista um incremento de casos de doenças crónicas não transmissíveis e mortes.
“O mais recente relatório de causas de mortes no âmbito da implementação do Sistema Comunitário de Observação em Saúde e de Eventos Vitais (SIS-COVE entre 2007 e 2019, indica que o peso da mortalidade causada pelas doenças crónicas não Transmissíveis quadruplicou”.
O inCRONICA irá decorrer entre os meses de Junho e Agosto de 2024, abrangendo 5.720 homens e mulheres com faixas etárias compreendidas entre 18 e 64 anos de idade, respectivamente.
Enquanto, o PROSA terá lugar em 2025 e vai abranger 825 unidades sanitárias seleccionadas em todo país, incluindo de nível primário, secundário, terciário e quartenario,prevendo o arranque no final do primeiro trimestre de 2025.
(AIM) MR/sg