
Ossufo Momade, Presidente da Renamo
Maputo, 23 Jul (AIM) – Ossufo Momade, líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, lamenta a exclusão da Coligação Aliança Democrática (CAD) de participar nas eleições legislativas e provinciais agendadas para 09 de Outubro próximo.
Num breve contacto que manteve com jornalistas, minutos após ter orientado um comício, na localidade de Macorococho, distrito de Nhamatanda, província central de ofala, Momade disse que o desejo da Renamo era que todos os partidos concorram no pleito eleitoral, como uma forma de demonstrar a democracia alcançada por aquele partido.
“O que nós queríamos é que todos pudéssemos avançar; agora, aquilo que aconteceu foi a grande irresponsabilidade dos próprios dirigentes da CAD”, disse.
Momade referiu que Venâncio Mondlane não criou a CAD. “Ele foi aproveitar uma casa mal construída e, quando chegou a tempestade, a casa caiu”.
Recentemente, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) decidiu chumbar a participação da CAD nas eleições gerais, depois de detectar várias irregularidades na sua candidatura, sobretudo o incumprimento da lei dos partidos políticos.
A lei permite que os partidos políticos formem coligações, mas devem notificar o Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos (MJACR) órgão do Estado responsável pelo registo dos partidos, sobre quaisquer alterações na sua composição.
O pacto de Coligação original da CAD data de 2018, mas um novo pacto foi assinado pelos seis partidos constituintes da CAD, a 27 de Abril do ano em curso. A CAD deveria ter informado ao MJACR no prazo de 15 dias, mas só informou ao Ministério a 28 de Junho, o que significa que passaram seis semanas de atraso.
Entretanto, a CAD anunciou quinta-feira (18) que vai recorrer da decisão da CNE ao Conselho Constitucional, o órgão máximo em matéria de direito constitucional e eleitoral.
“Por isso, não podemos dar a culpa a Renamo, porque nós não estamos metidos nisso”, afirmou Momade.
Reiterou que Venâncio Mondlane, suportado pela CAD nas eleições presidenciais, não constitui nenhuma ameaça para si, uma vez que as bases da Renamo continuam intactas.
“As nossas bases estão intactas. A nossa população está aqui”, disse.
Ossufo Momade recordou que durante as últimas eleições gerais de 2019, altura que acabava de assumir a presidência da Renamo, e que concorreu com o falecido presidente do Movimento Democrático de Moçambique, Daviz Simango, teve um número expressivo de eleitores que votaram nele e na Renamo.
“Eu deixei o Daviz Simango para trás. Para dizer com isso que não é hoje [que vou temer Venâncio Mondlane]. Nós vamos trabalhar, é por isso que estamos aqui. Não temos nenhuma ameaça, nem a própria Frelimo não é ameaça para a Renamo, nem para Ossufo Momade”, sentenciou.
De seguida apontou a onda das anunciadas greves dos profissionais, que incluem professores, médicos, juízes, procuradores, tendo afirmado que com o governo da Renamo, “tudo será resolvido”.
Desde a semana finda, Ossufo Momade efectua um périplo pelas províncias do país, na pré-campanha eleitoral.
(AIM)
AC/sg