Maputo, 22 Ago (AIM) – O governo moçambicano necessita de 65 milhões de dólares americanos para melhorar o sistema de aviso prévio e responder ao programa “aviso prévio para todos até 2027”.
Trata-se de uma iniciativa lançada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, cuja réplica, no país, foi feita esta quarta-feira (21), em Maputo, pelo estadista moçambicano, Filipe Nyusi.
O director-geral do Instituto Nacional de Meteorologia, Adérito Aramuge, disse que o montante visa fortalecer diversos pilares multissectoriais com destaque para os sistemas de aviso prévio e conhecimento de risco, uma acção sob alçada do Instituto Nacional de Gestão de Desastres Naturais (INGD).
O pilar sobre monitoria e elaboração da previsão coube ao Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
Relativamente à transmissão da informação, a responsabilidade foi atribuída ao Instituto Nacional das Comunicações (INCM).
Explicou ainda que em relação ao pilar “Capacidade de Resposta”, comportamento que a comunidade ou consumidor final apresenta após a recepção da informação, a tarefa está na alçada da Cruz Vermelha de Moçambique (CVM).
Adérito Aramuge falava esta quinta-feira (22), em Maputo, após o lançamento oficial do primeiro balão meteorológico, um equipamento de observação atmosférica do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
“O que aconteceu hoje foi o lançamento de um balão meteorológico simbolizando aquilo que é o projecto que foi lançado ontem [quarta-feira] pelo Presidente da República de Moçambique, que é o roteiro nacional sobre aviso prévio para todos e mecanismo de financiamento sistemático para observações”, explicou Aramuge.
Moçambique recebeu, recentemente, um financiamento no valor de 7.4 milhões de dólares americanos para o sistema de observação meteorológica.
Com o montante, o executivo moçambicano pretende, dentre vários projectos, construir quatro estações de altitude para observação na atmosfera, visando recolher informação necessária para elaboração da previsão do tempo e criação da resiliência das Comunidades que têm sido vulneráveis aos efeitos dos eventos climáticos.
As estações de altitude serão construídas nas cidades de Maputo (sul), Beira e Tete (centro) e Nampula (norte do país).
Fez saber que o INAM optou pelo uso de balões meteorológicos por constituir uma tecnologia moderna.
“O balão é simplesmente um transportador, leva consigo um sensor de observação, à medida que o balão vai subindo, este sensor vai transmitindo o valor da temperatura, pressão atmosférica, velocidade e direcção do vento em diferentes pontos de altitude na atmosfera “, disse.
Enquanto isso, na parte terrestre existem as estações meteorológicas terrestres que já fazem as observações.
Aramuge referiu que o recente financiamento irá contribuir significativamente na manutenção de 21 estações meteorológicas do INAM, durante cinco anos, no sentido de garantir o seu funcionamento 24 sobre 24 horas.
Explicou que as 21 estações meteorológicas do país farão parte da rede de observação meteorológica que a Organização Mundial de Meteorologia já desenhou.
O lançamento do balão meteorológico foi orientado por Mateus Magala, ministro dos Transportes e Comunicações, na presença de quadros do INAM, INGD e outras instituições que intervêm na área.
(AIM)
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