Maputo, 26 Ago (AIM) – A Policia moçambicana (PRM) deteve uma cidadã de nacionalidade moçambicana, de 35 anos de idade, acusada de traficar órgãos humanos.
A indiciada mantinha no congelador da sua residência na zona de Benfica, arredores da cidade de Maputo, capital do país, parte dos órgãos humanos, nomeadamente, seios e braços.
Condicionava, igualmente, medicamentos tradicionais e seringas que eram usados para dopar as vítimas.
A detenção foi feita graças a uma denúncia feita pela empregada doméstica da indiciada que descobriu os órgãos humanos quando procurava frangos, num congelador, para confeccionar.
O facto foi dado a conhecer hoje (26), em Maputo, pela porta-voz da PRM, a nível da cidade de Maputo, Marta Pereira, em conferência de imprensa.
“Foram encontrados no telefone da vítima mensagens que eram feitas com muita frequência de recrutamento de mulheres para trabalharem na Africa do Sul, bem como em vários bairros da urbe”, disse.
Normalmente, a empregada, que é testemunha ocular do crime, não tinha acesso ao congelador, onde supostamente estavam depositados os órgãos humanos e nem sequer devia confeccionar os alimentos, mas foi solicitada para o efeito porque a patroa chegaria tarde.
Segundo a testemunha, que perdeu sentidos no local depois de ter se deparado com os órgãos humanos, recebeu da patroa cerca de 32 mil meticais (cerca de 500 usd) para que não falasse do assunto.
No entanto, a empregada diz ter devolvido o montante, de imediato.
“Fiquei assustada quando peguei nos órgãos e, depois, avisei a filha dela para ligar para a mãe para dizer que já havia cozinhado, e ela perguntou o que eu tinha visto e respondi que não havia visto nada”, disse a empregada.
Por sua vez, a indiciada considera-se inocente e alega ser vítima de uma conspiração.
“Eu sou assistente na Arco Íris e ajudo crianças desfavorecidas. Não sei por que motivo a minha empregada queixou a Policia… a Policia veio vasculhar, por duas vezes, e não apanhou nada em casa”, defendeu-se.
No entanto, a PRM diz não haver dúvidas de que se está perante uma rede de tráfico de órgãos humanos.
Segundo a PRM, estão em curso diligências para identificar os demais integrantes, bem como apurar o local em que as vítimas foram executadas.
(AIM)
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