Por Rosa Inguane, da AIM, em Nampula (crónica)
Nampula (Moçambique), 18 Set (AIM) – Há dias trabalhamos no distrito de Nacala-a-Velha na cobertura da campanha eleitoral rumo às eleições gerais de 09 de Outubro próximo, seguindo o cabeça-de-lista do partido Frelimo ao cargo de governador da província de Nampula, Eduardo Abdula, o “Tio Salimo”, que na sexta-feira (13), na educação para o voto, recordava que o pin número dois era a palavra-chave para votar no candidato presidencial pelo partido governamental, Daniel Chapo.
Fazia todo o sentido o pedido veemente do “Tio Salimo” já que ele encontrava-se naquele que foi o berço governativo autêntico do hoje candidato presidencial, Daniel Chapo, pois de 2009 a 2015 foi seu administrador, em Nacala-a-velha.
Nesse tempo passado, quando o jovem conservador, Daniel Chapo, ido de Nacala-Porto, desembarcou na vila de Nacala-a-Velha, esta não era mais que um lugar remoto e para onde muitos se recusavam a ir trabalhar, dada a falta confrangedora de infra estruturas sociais, como alojamento, hotéis, restaurantes e mesmo bancos.
Entusiasmado, Daniel Chapo, que se deixava entrevistar por nós sentado em degraus e muros das casas, colocou mãos à obra e, para sua sorte, o carvão extraído em Moatize, na província central de Tete, pedia, em Nacala-a-Velha, portas abertas para o mundo.
Foram os tempos áureos da construção do terminal de carvão que de noite para dia transformou Nacala-a-Velha e a sua praia dos Namorados num destino de investimentos colossais.
À frente destas realizações estava Daniel Chapo, um homem que mede mais de dois metros de altura e que, não só por isso, se distingue em todos os locais onde marca presença.
Comunicador, também, além de homem das leis, Daniel Chapo fez-se amigo dos seus conterrâneos residentes em Nacala-a-Velha.
Nos três dias que lá trabalhamos e, por sermos jornalistas, muitos foram os cidadãos que se aproximaram para dizer…“estamos aqui à espera do candidato Daniel Chapo. Ele nos conhece, nós o conhecemos e queremos mostrar como Nacala-a-Velha está nestes dias”.
Uns amigáveis, outros nem tanto, lamentavam o estado da estrada de 20 quilómetros que liga a vila sede de Nacala-Velha e a estrada nacional 12, extensão da estrada nacional número Um, o declínio da indústria hoteleira, mas principalmente a vontade de ver tudo restaurado.
“Queremos entregar esse recado pessoalmente”, disseram.
Porém, muitos residentes de Nacala-a-Velha aguardavam pelo seu antigo administrador, com muitas queixas, mas também boas recordações.
Foi este ambiente que Daniel Chapo encontrou numa vila onde viveu, anos a fio, e no seu jeito descontraído, caminhava de um lado para o outro, confraternizava com os seus vizinhos e jogava basquetebol e futebol, no campo anexo à residência oficial do administrador.
No rol dos factos antigos lembrar que, num desses dias, o Presidente da República, Filipe Nyusi, foi inaugurar a Escola Secundária de Nacala-a-Velha e, no seu jeito informal, perguntou aos alunos o nome do governador da província de Nampula, mas ouviu apenas murmúrios embaraçosos.
Nyusi mudou e perguntou como se chamava o administrador de Nacala-a-Velha. Resposta em coro e ensurdecedora: Daniel Francisco Chapo.
Hoje, emocionado, o candidato presidencial, Daniel Francisco Chapo, regressou às suas origens governativas em Nacala-a-Velha que, dos anteriores 118.911 habitantes, na sua época, o número subiu para 136.447.
“Já com cabelos brancos, estou a ver aqui os meus pais que me criaram, me ensinaram a trabalhar aqui em Nacala-a-Velha, estou a ver as minhas mães, irmãs, irmãos, estou muito feliz. Quero agradecer aos grupos culturais que me receberam com muito amor e calor e aos líderes religiosos que nos abençoaram e aos nossos músicos que aqui abrilhantaram o nosso comício”, disse.
Chapo “partiu” logo para recordar o trabalho feito enquanto administrador de Nacala-a-Velha, fazendo alusão a construção de infra-estruturas sociais e económicas como o terminal de carvão, condomínios, ampliação do hospital, construção de escola secundária e agências bancárias, entre outras.
Explicou ser esse o motivo de a Frelimo o ter escolhido para candidato presidencial.
“Por isso, a nossa Frelimo, sendo um partido sério e organizado, o único que conhece e resolve as preocupações do povo, chegou a esta conclusão que o trabalho feito em Nacala-a-Velha e Palma [distritos] e Inhambane [província] merece que seja para toda a população de Moçambique”, assinalou.
Num discurso bastante sentimental, Daniel Chapo repetiu os seus agradecimentos à população de Nacala-a-Velha, onde diz ter aprendido muito e, por isso, fez questão de lá se deslocar.
“Ė graças aos vossos conselhos que, hoje, Daniel Chapo é candidato da Frelimo para ser Presidente da República. Vim agradecer os vossos ensinamentos e ao trabalho que fizemos juntos”, sublinhou.
Reconheceu os desafios que a população enfrenta, nomeadamente o da transitabilidade, como a estrada que liga Nacala-a-Velha e os distritos de Memba e Erati, via A Lua e que desemboca na estrada nacional número Um.
Os desafios incluem ainda a construção de unidades sanitárias em algumas zonas e a necessidade de criação de empregos.
“Aqui em Nacala-a-Velha precisamos de trabalhar para termos centro de saúde em Micolone, aqui em Nacala-a-Velha, precisamos de trabalhar para trazermos mais empresas, como aquelas que já tivemos aqui e que criaram muitos empregos para os jovens”, afirmou.
Para concretizar esses planos todos, Chapo disse “por isso, no dia 09 de Outubro, não podemos ficar em casa, temos que ir votar, votar na Frelimo e no seu candidato, para que os jovens aqui voltem a ter empregos e dinheiro”.
(AIM)
RI/mz