Maputo, 01 Out (AIM) – O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD) defende a necessidade de os partidos políticos abordarem de maneira séria questões cruciais, incluindo desemprego, inclusão digital e acesso à educação nas suas propostas eleitorais ligadas a juventude que representam mais de 55 por cento dos eleitores no país.
A organização diz igualmente que os jovens precisam ser vistos como sujeitos de direitos e agentes activos no processo eleitoral.
As declarações foram prestadas por Lorena Mazive, Gestora de Projectos do IMD, falando esta segunda-feira em Maputo em representação ao director executivo desta instituição, durante uma Mesa Redonda sobre a Inclusão das prioridades dos jovens nos manifestos dos concorrentes eleitorais de 2024.
“Os jovens são sujeitos de direitos civis e políticos e têm demandas legítimas que precisam ser transformadas em políticas públicas”, disse.
Por sua vez, o Presidente do Parlamento Juvenil de Moçambique, David Fardo, manifestou a sua preocupação com o facto de que, apesar de muitos partidos terem incluído jovens nas suas listas, ainda falta um comprometimento sério com as suas reivindicações.
“Queremos ver as prioridades da juventude reflectidas nos manifestos eleitorais e, mais importante, implementadas durante o próximo ciclo governativo”, afirmou.
Na ocasião os partidos políticos demonstraram abertura para incluir mais jovens nos processos decisórios.
A Frelimo, representada por Jair de Madeira, destacou que a juventude continua a ser uma prioridade no programa do partido.
“Estamos comprometidos em fazer com que os jovens sejam não só uma força de trabalho, mas também uma força de transformação”, garantiu.
Disse que, nos próximos cinco anos, o partido pretende criar mais oportunidades educacionais e profissionais para jovens, garantindo uma participação mais efectiva no desenvolvimento do país.
Fernando Fernandes, da Renamo, reforçou a importância de adequar o sistema educacional às demandas do mercado de trabalho e aumentar a autonomia dos jovens para que possam contribuir para o crescimento de Moçambique.
“Queremos jovens protagonistas, capacitados e actuantes na construção de um futuro melhor”, disse Fernandes.
Em representação ao MDM, Renato Muelega defendeu a criação de fóruns de diálogo contínuo entre os jovens e os partidos, além de um maior foco na formação técnica para facilitar a sua inserção no mercado de trabalho.
“É fundamental que os jovens deixem de ser apenas eleitores e se tornem líderes e inovadores na construção do país”, argumentou.
Por último, Ananias Musse, do partido PODEMOS, realçou que os jovens não podem continuar a ser instrumentalizados durante campanhas eleitorais.
“A juventude deve ser a principal voz para moldar o futuro de Moçambique, e não apenas votos a serem conquistados”, afirmou.
(AIM)
CC/sg