
Pemba (Moçambique), 08 Out (AIM) – O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Cabo Delgado garante que a votação desta quarta-feira (09), em Moçambique, vai também ocorrer em todos os locais onde houve recenseamento eleitoral nesta província do norte do país assolada pela insegurança devido ao terrorismo.
“Onde existe um caderno vai existir uma mesa, e essa mesa vai funcionar esta quarta-feira”, assegurou o director provincial do STAE, Cassamo Camal.
“Esta é a garantia que nós deixamos aqui, e o esforço que estamos a fazer para que a votação aconteça”, acrescentou.
Falando hoje (08), na cidade de Pemba, em conferência de imprensa sobre o ponto de situação dos preparativos da votação desta quarta-feira, Camal lembrou ser preciso garantir o direito de votar que o cidadão tem, e consagrado na Constituição da República.
Durante o processo do recenseamento eleitoral, as autoridades providenciaram mapas, onde não constavam, por exemplo, locais como Mucojo, Quiterajo, e parte de Mbau, por razões de segurança.
Devido ao terrorismo, Cabo Delgado registou avalanche para cidades e distritos relativamente mais seguros.
“Se forem a ler os números do recenseamento, temos zonas com eleitores acima de 100 por cento em relação aos dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE)”, indicou Camal.
Exemplificou que “encontramos eleitores a mais na Ilha do Ibo e menos em Quissanga. Portanto, são eleitores que foram recenseados nas zonas ou regiões de acolhimento”.
O director reconheceu, sem avançar números, que as deslocações de pessoas devido ao terrorismo “tiveram impacto na distribuição de mandatos, caso da Assembleia da República, o parlamento, em que a província perdeu alguns”. Vários cidadãos refugiaram-se em províncias vizinhas, como Nampula.
Quanto a distribuição dos materiais de votação, Camal reiterou que “estamos prontos para executarmos o processo de votação, pois já evacuamos os materiais dos armazéns provinciais para distritais e, desde segunda-feira (07) até a este momento [meio da manhã de terça-feira (08)], temos os materiais a serem evacuados para os postos administrativos, localidades e para os locais de votação.”
“Isso está a acontecer neste momento, sobretudo nas zonas fora das cidades e vilas, podendo ocorrer quarta-feira (09), durante as primeiras horas, a colocação das mesas ao nível das vilas e cidades”, anotou.
Assegurou que a distribuição dos materiais, em alguns locais de distritos como Macomia e Quissanga, assolados pelo terrorismo, é garantida também por meios alternativos, nomeadamente, vias aérea e marítima, segundo decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
“Todo o material já está nas vilas sedes distritais e a estratégia é colocar os materiais em zonas mais seguras. Nas menos seguras vamos colocar através de meios alternativos, nomeadamente, aéreos e barcos”, disse.
Cassamo Camal vincou que as instituições vocacionadas têm estado a trabalhar com o STAE e a garantir que vão providenciar segurança necessária para que o pleito aconteça em Cabo Delgado.
Os locais sensíveis em termos de segurança localizam-se no norte de Cabo Delgado, alguns no centro, e, segundo Camal, “estamos também atentos nas zonas de Mecufi e Chiúre, e algumas de Ancuabe”.
Não obstante, de acordo com Cassamo Camal, “esperamos que os eleitores afluam às urnas, que estejam presentes e sejam pacientes, ordeiros, e que consigam exercer o seu direito de escolher os seus representantes”.
Cabo Delgado tem pouco mais de 1.4 milhão de eleitores. Na província vão funcionar 772 locais de votação e 2.191 mesas de voto, que serão assistidas por 15.337 membros (MMV’s).
A província tem 21 mandatos para a Assembleia da República, e 83 para a assembleia provincial.
(AIM)
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