
Maputo, 22 Out (AIM) – Pelo menos 16 pacientes deram entrada no Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade hospitalar do serviço público em Moçambique, em consequência das manifestações ocorridas segunda-feira na capital do país.
Onze pacientes são do sexo masculino e os restantes do sexo feminino. Todas as mulheres já receberam alta por terem contraído lesões leves.
A informação foi revelada esta terça-feira (22), em Maputo, pelo director do Banco de Socorros do HCM, Dino Lopes, falando à jornalistas em conferência de imprensa.
“Em relação ao tumulto de ontem (21), nós tivemos a entrada de 16 pacientes, dos quais cinco ficaram internados em diferentes serviços do nosso hospital. De uma forma geral, todos os cinco pacientes que foram internados estão colaborantes, estáveis e com nível de consciência aceitável, no sentido de que eles se comunicam devidamente, e estão fora de perigo”, disse.
A fonte admitiu que a entrada dos pacientes no HCM pressionou, de certo modo, o hospital, mas, em contrapartida, o facto de a maioria dos cidadãos ter ficado em casa devido às manifestações fez com que houvesse uma redução das entradas na média diária do hospital.
“Nós, diariamente, recebemos 300 a 500 pacientes, mas na segunda-feira tivemos 192”, apontou.
A fonte reconheceu que na segunda-feira houve um ligeiro “déficit nos recursos humanos” do hospital.
As manifestações foram convocadas para todo o país por Venâncio Mondlane, candidato presidencial nas eleições gerais e das assembleias provinciais de 09 de Outubro corrente, como forma de protestar os “resultados eleitorais” que, no entanto, o seu apuramento geral ainda não foi anunciado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), nem validado pelo Conselho Constitucional (CC).
Posteriormente, a convocação das manifestações, que chegaram ao nível de tumultos, acresceu-se “a necessidade de homenagear” a Elvino Dias, assessor jurídico de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário nacional do PODEMOS (Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique) assassinados, semana passada, na cidade de Maputo.
(AIM)
CC/mz