
Director de Serviços de Urgência no Hospital Central de Maputo, Dino Lopes discursa na conferência de Imprensa. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 04 Nov (AIM) – Pelos menos 1.673 pacientes deram entrada nos Serviços de Urgência de adultos do Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade hospitalar do país, durante a última semana.
Deste número, 454 foram vítimas de diferentes tipos de traumatismo, incluindo 83 por acidentes de viação e 11 vítimas dos tumultos registados nos últimos dias – desde o dia 31 de Outubro – dos quais nove ficaram internadas e dois já tiveram alta hospitalar.
“Nós tivemos, desde o dia 28 de Outubro até 3 de Novembro, um total de 1.673 pacientes admitidos no Serviço de Urgência de adultos”, disse Dino Lopes, director dos Serviços de Urgência do HCM, em conferência de imprensa para fazer o balanço dos últimos incidentes no âmbito das manifestações.
O HCM diz estar a trabalhar, actualmente, de forma condicionada por causa dos tumultos, porque os profissionais que vivem nas zonas periféricas não conseguem chegar ao centro da cidade.
“Isso faz com que nós [os profissionais que conseguem chegar ao centro da cidade] trabalhemos 24 horas por dia e isso é muita sobrecarga para os colegas que estão de serviço”, disse Lopes.
Paralelamente, o HCM registra sobrecarga no número de pacientes que procuram os serviços de urgências, nomeadamente de adultos, pediatria e ginecologia. O facto, segundo explicou o director, é influenciado pelo funcionamento condicionado das unidades sanitárias periféricas e, por isso, muitos recorrem ao àquela unidade sanitária.
Em termos numéricos, o HCM regista um tal de cerca de 300 a 400 pacientes por dia, uma situação que é “muita sobrecarga um único dia, dada, também, a redução do efectivo”
Apesar da crescente demanda, Lopes assegura que o HCM tem conseguido atender todos os pacientes que dão entrada.
“Nós estamos numa escala de contingência onde temos médicos 24 horas por dia. Por exemplo, esse número de pacientes que deram entrada, todos foram atendidos, incluindo os que deram entrada no domingo”, assegurou.
Sobre a destruição de meios circulantes do HCM resultante das manifestações, Lopes diz que, na última semana, não houve nenhum caso de arremesso de pedras contra as ambulâncias.
(AIM)
SC/sg