
Maputo, 27 Out (AIM) – Terminou a segunda etapa de manifestações gerais convocadas pelo segundo candidato mais votado nas últimas presidenciais em Moçambique, Venâncio Mondlane, com uma marca de pilhagem e vandalização de bens públicos e privados.
As manifestações, que deveriam ser pacíficas, forçaram, nos dias 24 e 25, as cidades de Maputo e Matola, sul do país, a funcionarem a meio gás, com todo impacto negativo que acarretou para a economia, designadamente para o sector comercial que esteve literalmente parado por conta de receios, ou mesmo pilhagem e vandalização, características que as alegadas manifestações tomaram, sobretudo no final do dia 24.
Este sábado, a vida retornou à normalidade nas ruas da cidade de Maputo, a capital Moçambicana. Na baixa da cidade, que é o centro comercial da cidade capital, local onde converge todo o tipo de negócio, desde o formal ao informal, voltou a registar o movimento habitual, com pessoas e bens a circularem normalmente.
Quase todas as lojas retomaram as suas actividades, os prestadores de serviços encontravam-se operacionais, o sistema de transporte público e privado retomou a circulação a tempo inteiro, ligando cidades, municípios e bairros, apesar dos prejuízos somados durante os dias das manifestações, ainda por calcular.
Em Maputo, a edilidade redobra esforços para remover barricadas nas vias públicas, pneus queimados, contentores de lixo movimentados de espaços habituais, painéis publicitários destruídos, sobretudo nos distritos municipais, KamPhumo, Ka Mavota, Ka Mubucuane, Ka Maxaquene, e nos bairros de Maxaquene, Polana caniço, Urbanização, Micadjunine, entre outros, onde houve registo de acirrado confronto entre os manifestantes e as autoridades policiais.
Na entrada da cidade da Matola, na Estrada Nacional N4, na zona da Maquinag e na entrada da portagem, três viaturas de particulares foram incendiadas, pneus queimados na via pública e transitabilidade interrompida na noite do dia 24 para dia 25, os dois dias de “greve” convocada por Venâncio Mondlane.
Foi travada uma longa confrontação entre populares e a polícia no local, com a situação a ser resolvida no final do dia de sexta-feira. No entanto, os vestígios da vandalização e destruição continuam visíveis naquele troço.
Ainda no município da Matola, concretamente na estrada circular, nos bairros de Intaka, Matibwana, Matola-Gare, várias lojas de particulares foram arrombadas e saqueadas, com destaque para um ‘Bottle Store’ situado na zona da circular, onde os manifestantes partiram os vidros e apoderaram-se de todas as bebidas. Um prejuízo ainda por calcular.
O porta-voz do Comando Geral da Polícia moçambicana, Orlando Mudumane, disse que em conexão com os actos de vandalização e pilhagem mais de 17 cidadãos foram detidos e poderão ser responsabilizados pelos actos ilícitos cometidos.
Por sua vez, as autoridades de saúde registaram morte e vários cidadãos feridos durante a confrontação com as autoridades, na tentativa de reposição da ordem e tranquilidade.
O mentor dos tumultos decretou o fim das “manifestações”, através de uma “live”, este sábado, na sua conta oficial no facebook, tendo prometido anunciar na próxima segunda-feira (28), a fase que se segue da sua alegada contestação dos resultados eleitorais que lhe são desfavoráveis.
(AIM)
pc/mz