Maputo, 28 Out (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, apela aos cidadãos moçambicanos, particularmente os jovens, para não se deixarem instrumentalizar por pessoas ou grupo de pessoas para fins alheios.
Nyusi deixou o apelo esta segunda-feira (28), em Maputo, durante o encontro virtual que manteve com embaixadores e altos-comissários de Moçambique na diáspora.
Referiu que qualquer cidadão está livre de orientar e mobilizar acções para o bem comum, mas devem ser executadas com alguma coerência racionalidade e consciente de que o país é de todos.
“Apelar a todos os cidadãos, sobretudo jovens para não se deixar instrumentalizar para poder problemas de pessoas ou de grupos”, disse.
Desde segunda-feira da semana passada, Moçambique vive um clima de tensão devido as manifestações convocadas pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, alegadamente como forma de repudiar os resultados das eleições gerais realizadas a 09 de Outubro corrente.
Mondlane é apoiado pelo Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) um partido extraparlamentar, cujos resultados das legislativas apontam que poderá eleger, pela primeira vez na história do partido, 38 deputados para a Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano.
Dos quatro candidatos presidenciais, o apuramento central dá vitória ao concorrente presidencial, Daniel Chapo, suportado pela Frelimo, que obteve 4.912.758 votos, o correspondente a 70,67 por cento.
Mondlane está em segundo lugar com 1.412.511 votos (20,32 por cento). Em terceiro está Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, com 403.591 votos (5,81 por cento) e, no quarto, Lutero Simango, pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que amealhou 223.065 votos (3,21 por cento).
Divulgados na última quinta-feira (24) pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Carlos Matsinhe, os resultados ainda carecem de uma validação do Conselho Constitucional (CC), órgão de última instância e deliberativo em matérias jurídico-constitucionais e de contencioso eleitoral.
Mondlane tem feito comunicações por via a sua conta na plataforma digital Facebook, estando, segundo ele, em parte incerta.
No entanto, o Presidente da República recordou que no país existe espaço para que cidadãos realizem manifestações, incluindo à liberdade de expressão.
Sobre os tumultos, Nyusi lamentou a morte de 60 agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM). Advertiu que a responsabilidade legal desses actos pode recair não apenas no PODEMOS, mas também em alguns cidadãos.
“Também estamos a ouvir que há um vandalismo total em (posto administrativo de) Chalaua; (distrito de) Moma (província nortenha de Nampula) que a nós não nos parece um assunto do PODEMOS”, disse. Advertiu que as autoridades esta a tentar apurar o que terá acontecido e para o efeito estão todas atentas e minuciosamente a registar os actos de vandalismo.
O Presidente da República aconselhou os líderes políticos e os seus respectivos partidos apoiantes a dirigirem Moçambique de uma forma exemplar.
(AIM)
Ac/sgPresidente da República, Filipe Nyusi, durante um encontro virtual mantido com embaixadores e altos-comissários de Moçambique na diáspora