Tete (Moçambique), 05 Nov (AIM) – Moçambique e alguns países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) com que o país partilha fronteiras terrestres estão a conjugar esforços para a erradicação, na região, da exploração ilegal de produtos florestais madeireiros e não madeireiros.
Para o efeito, equipas técnicas de Moçambique, Malawi, Zâmbia e Zimbabwe reuniram segunda-feira e hoje (05), na cidade de Tete, centro do país, para delinear estratégias com vista a melhorar a articulação, coordenação e colaboração na fiscalização florestal entre as diferentes instituições envolvidas na cadeia de combate aos crimes contra a flora, sobretudo a exploração e exportação ilegal de produtos florestais.
O evento ocorreu numa altura em que Moçambique está a registar um aumento significativo do tráfico de carvão vegetal para o Malawi e África do Sul, além da madeira traficada pelos portos nacionais para vários destinos como Europa e Ásia.
Arsénio Chelengue, chefe de fiscalização da Agência Nacional para Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA), disse ser importante a união de esforços conjuntos, entre os governos, para se acabar com esta prática nociva a conservação da biodiversidade.
Chelengue realçou que a efectiva colaboração e coordenação na fiscalização transfronteiriça, através da partilha de informação e legislação, e o estabelecimento de equipas de trabalho, irão permitir uma maior rapidez na detecção e prevenção de infracções e crimes florestais, e identificação e captura de mandantes.
Por sua vez, Marcos Almeida, chefe dos Serviços Provinciais de Ambiente na província de Tete, disse, falando segunda-feira (04), na abertura do evento, em representação do Secretário de Estado em Tete, que a conservação da biodiversidade constitui o maior património natural, facto que justifica a necessidade de junção de sinergias de todas as entidades nacionais e estrangeiras ligadas a gestão de recursos florestais e faunísticos.
De acordo com a fonte, a melhoria de mecanismos de articulação envolvendo as comunidades locais de cada país que possui estes recursos mostra-se de grande relevância para travar a exploração e tráfico de produtos madeireiros e não madeireiros.
“O Governo está ciente que os desafios, para assegurar o uso sustentável dos recursos naturais, ainda são maiores para atingir os indicadores desejáveis devido as particularidades das fronteiras e do ‘modus operandi’ das redes de exploração e exportação ilegal destes recursos,” afirmou Almeida.
As acções desencadeadas pelo sector, nos últimos dois anos, resultaram na detenção de dez camiões, apreensão de produtos florestais, e aplicação de 13 multas avaliadas em 13 milhões de meticais (pouco mais de 203 mil dólares).
Quatro casos foram submetidos à Procuradoria-Geral da República para efeitos judiciais.
(AIM)
Valdemar Casimiro (Colaboração)/mz