Maputo, 5 Nov (AIM) – A União Europeia nega que esteja a apoiar a alegada presença de tropas ruandesas em Maputo e adverte contra “a disseminação de desinformação”.
Esta advertência é claramente dirigida ao candidato presidencial independente, Venâncio Mondlane que, por duas vezes, afirmou que forças ruandesas teriam sido movimentadas da província nortenha de Cabo Delgado para Maputo, com a missão de acabar as manifestações da oposição.
Em ambas as ocasiões, Mondlane afirmou que os ruandeses estão a ser financiados pela UE.
Nabila Massrali, porta-voz da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, declarou que “como amiga e parceira do povo moçambicano, a União Europeia está a apoiar o país a restaurar a paz, a segurança e a estabilidade em Cabo Delgado através de uma abordagem integrada, que combina esforços nas áreas da paz e segurança, desenvolvimento e ajuda humanitária”.
O comunicado acrescenta que “a pedido do governo moçambicano, a UE enviou uma Missão de Assistência Militar da UE e apoia as Forças de Defesa do Ruanda destacadas e a operar em Cabo Delgado. Não foram apresentadas quaisquer provas para apoiar as alegações de que as tropas ruandesas estão presentes em Maputo”.
Massrali disse que “através do Mecanismo Europeu para a Paz, a União Europeia equipa as Forças de Defesa do Ruanda com equipamento individual de protecção e paga o custo do transporte do pessoal militar para combater a insurreição em Cabo Delgado”.
Este apoio “realiza-se no pleno respeito do direito internacional, nomeadamente do direito internacional em matéria de direitos humanos e do direito internacional humanitário, e a sua aplicação está sujeita a rigorosas salvaguardas, controlos e mecanismos de acompanhamento”.
Assim, a UE “refuta em absoluto as alegações graves e infundadas” de que está a financiar as forças ruandesas “para reprimir violentamente os protestos em Maputo”.
A declaração conclui com um aviso contra a propagação de desinformação “e apela a todas as partes para que observem calma, contenção e sentido de responsabilidade”.
(AIM)
PF/sg