
Presidente da República, Filipe Nyusi (centro)
Maputo, 05 Nov (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apela a todos os cidadãos moçambicanos para que retomem os seus postos de trabalho de modo a permitir o desenvolvimento do país.
Nyusi lançou o apelo hoje, em Maputo, durante a saudação pelos representantes dos vários órgãos do sistema de administração da justiça por ocasião do Dia da Legalidade.
No presente ano a efeméride comemora-se numa fase em que Moçambique atravessa um momento conturbado, marcado por manifestações violentas convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido Povo Optimista Para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).
Venâncio rejeita os resultados e afirma que os mesmos foram forjados a favor da Frelimo e seu candidato presidencial.
Os resultados da Comissão Nacional de Eleições conferem uma vitoria a Daniel Chapo, candidato da Frelimo, partido no poder, com 70,67 dos votos válidos. Venâncio Mondlane, por seu turno, 20,32 por cento.
Insatisfeito com os resultados do apuramento nacional divulgados no dia 24 de Outubro último, Mondlane decidiu mobilizar seus apoiantes para embarcarem em marchas de protesto, a maior parte das quais degeneraram em violência extrema, cujo saldo é superior a 10 óbitos e mais de uma dezena de feridos.
Nyusi diz que já recebeu vários apelos para o estabelecimento de um diálogo para a restauração da paz no país.
“Quero agradecer também a todos que apelam para que haja um diálogo entre nós. Mas não importa explicar. Não há dificuldade de dialogar. É o que eu sei mais fazer. Mesmo que tenha ou não tenha sucesso. Mas não tenho dificuldade de dialogar”, disse.
Explicou que para haver diálogo é preciso criar primeiro construir a confiança. “Não vai dialogar com uma pessoa quando ainda não há confiança entre as partes. E a construção da confiança é um processo”, disse.
Lamentou o facto de muitos adultos estarem a instrumentalizarem crianças de forma aderirem nas manifestações violentas que, algumas vezes, degeneram-se em violência.
Estas irregularidades levaram a Polícia da República de Moçambique a indiciar Venâncio Mondlane de incitação a violência, inobservância da rota predefinida, trânsito irregular e exercício da campanha eleitoral fora do horário estabelecido por lei.
Nyusi também manifestou o seu desconforto com a movimentação de um numero muito elevado de manifestantes. “Pode-se perder o controle. E se se perde o controle das massas … porque pode revoltar-se contra a própria pessoa que promoveu a confusão. Porque os seus seguidores não vão ver o resultado daquilo que lhes foi prometido.
Vale lembrar que no caso vertente a situação pode ser mais delicada pelo facto de Venâncio Mondlane estar a dirigir as manifestações a partir da vizinha onde, alegadamente, se encontra refugiado pelo facto de temer pela sua vida.
(AIM)
sg