
Presidente da República, Filipe Nyusi, Foto arquivo
Maputo, 21 Nov (AIM) – O Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, afirma que o encontro com os quatro candidatos presidenciais, anunciado terça-feira última, poderá ocorrer dentro de uma semana.
O encontro inclui Daniel Chapo, candidato da Frelimo, partido no poder; Venâncio Mondlane, do partido extraparlamentar Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS); Ossufo Momade, da Renamo, o maior partido da oposição, e Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição.
“Acho que o meu gabinete deve estar hoje, mesmo hoje, a enviar convites. Acredito que o encontro deverá ter lugar dentro de uma semana”, disse o estadista moçambicano em conferência de imprensa na noite de quarta-feira em Harare, capital zimbabweana.
“Se o convite tiver sido feito hoje, já tem data de certeza … isso é coisa que se pode tornar pública”, acrescentou, na conferência de imprensa que marcou o fim da sua participação na Cimeira Extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC).
Frisou que o futuro de Moçambique será moldado pelos próprios moçambicanos e, por isso, pediu aos países amigos e parceiros de cooperação internacionais para que ajudem a serenar o ambiente que se vive no país, marcado por uma onda de manifestações violentas, respeitando as instituições existentes e não incentivar o ódio e a intolerância entre os moçambicanos.
A cimeira foi dirigida pelo Chefe de Estado zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, na sua qualidade de Presidente em exercício da SADC, e decorreu sob o lema “Promover a inovação para explorar plenamente o crescimento e desenvolvimento económico sustentável rumo a uma SADC industrializada”.
O evento tinha como principais pontos da agenda a apreciação da situação política e de segurança na região, particularmente a crise pós-eleitoral em Moçambique e a situação prevalecente no leste da República Democrática do Congo (RDC), afectada por grupos armados.
Segundo Nyusi, a cimeira foi uma oportunidade para partilhar, com os Estados-membros, a situação política que se vive no país pós-eleições.
Moçambique também partilhou o estágio do combate ao terrorismo, uma actividade que a própria SADC teve a oportunidade de acompanhar, aliás participou em vários combates.
Referiu que a solução destes desafios reside na convivência pacífica entre os moçambicanos. “Dissemos que juntos devemos identificar o que precisamos mudar, e juntos devemos caminhar de forma a sair desta situação de violência que apenas contribui para uma regressão social e económica do país”.
Em resposta, os participantes manifestaram a sua solidariedade com os moçambicanos. Lamentaram a perda de vidas humanas e apelaram para que a vida, em Moçambique, regresse o mais rápido possível ao normal, porque a instabilidade actual está a complicar um pouco a situação económica da região.
“Deixamos claro que Moçambique não irá permitir que pessoas de fora controlem as nossas decisões”, disse Nyusi.
O governo informou a SADC que continua aberto ao diálogo com todas as forças vivas da sociedade, como é tradição no país, na busca de uma solução harmoniosa e duradoura para resgatar a esperança e confiança.
Os países membros lamentam o facto de a instabilidade afectar propriedades privadas e públicas, citando como exemplo o impedimento da circulação internacional nos corredores.
Nyusi fez um balanço positivo da cimeira. “Mais uma vez reuniu-se para resolver os seus problemas, procurando soluções no seio dos países membros”.
Além de Nyusi, participaram na cimeira Emmerson Mnangagwa, Presidente da SADC, Duma Boko (Botswana), Félix Tshisekedi (RDC), e Andry Rajoelina (Madagáscar).
(AIM)
Sg/mz