
Eleições 2024: Chefe da brigada central da FRELIMO na cidade de Maputo, Francisco Mucanheias, pede votos no mercado Adelina na cidade de Maputo. Foto de Santos Vilanculos
Maputo, 23 Nov (AIM) – A Frelimo, partido no poder em Moçambique, que juntamente com o seu candidato presidencial, Daniel Chapo, foram declarados vencedores das últimas eleições gerais, saiu à rua neste sábado (23), na cidade de Maputo, a capital do país, para celebrar a vitória.
O ambiente foi caracterizado por momentos de festa e muita descontracção entre os membros e simpatizantes do partido, num dia calmo e sem registo de incidentes.
Com uma moldura humana considerável, a Frelimo passeou pelas artérias do centro da cidade.
Vestidos a rigor, de vermelho e branco, os membros e simpatizantes da Frelimo pretendiam demonstrar o segredo por detrás da vitória na ordem de 70 por cento tanto a nível das legislativas, que resultou na eleição de 195 deputados a Assembleia da República, o parlamento moçambicano, como a nível das presidenciais que confirmaram, segundo a centralização nacional dos resultados anunciada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o candidato Daniel Chapo como o escolhido pelo eleitorado.
No entanto, os resultados ainda carecem de validação pelo Conselho Constitucional (CC).
Empunhando dísticos, os membros e simpatizantes da Frelimo aproveitaram a ocasião para exibir cartazes com vários dizeres, incluindo de repúdio às manifestações violentas que têm ocorrido um pouco por todo o país.
As manifestações são convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que a partir de parte incerta contesta os resultados eleitorais considerando os adulterados.
A Frelimo condena com veemência a atitude dos manifestantes que optam por destruir bens públicos e privados, situação que semeia medo e ódio entre os moçambicanos.
Os membros da Frelimo defendem que a sociedade deve aguardar serenamente a validação e proclamação dos resultados eleitorais pelo CC.
As eleições de 09 de Outubro do corrente ano provocaram uma crise pós-eleitoral sem precedentes, com um saldo de perto de 20 mortos, de acordo com os dados oficiais apresentados pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, na sua última comunicação à nação a volta da actual crise.
Na busca de soluções para a crise pós-eleitoral, Nyusi convidou, para a mesa do diálogo, os quatro candidatos presidenciais, designadamente, Daniel Chapo, da Frelimo, Ossufo Momade, da Renamo, Venâncio Mondlane, suportado pelo partido Podemos, e Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
No entanto, apesar da boa vontade do estadista moçambicano, é pouco crível que o candidato Venâncio Mondlane, que é apontado como elemento chave, tratando-se de quem convoca as manifestações, esteja presente no encontro, tendo em conta que está fugitivo, além de impor uma série de exigências para a sua participação, naquilo que denomina de pontos de agenda.
(AIM)
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