Maputo, 27 Nov (AIM) – O Comité de Politica Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, reunido hoje (27), em Maputo, decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 13,50% para 12,75 %.
O Banco explica que a decisão é sustentada pela contínua consolidação das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante as incertezas quanto a duração da tensão pós-eleitoral e o seu impacto sobre os preços de bens e serviços.
A sessão do CPMO foi precedida da reunido do Comité de Estabilidade e Inclusão Financeira do Banco de Moçambique que, após uma avaliação do risco sistémico e principais vulnerabilidades, concluiu que o sistema financeiro nacional continua sólido e resiliente.
A perspectiva da inflação mantém-se em um dígito, no médio prazo. Em Outubro de 2024, a inflação anual fixou-se em 2,7 % após 2,5 % em Setembro.
A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, manteve-se estável. A manutenção das perspectivas da inflação em um digito, no médio, prazo, reflecte, essencialmente a estabilidade do Metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO.
“Perspectiva-se, no médio prazo, um crescimento económico moderado”, afirma o Banco.
Segundo o Banco de Moçambique o crescimento do produto interno bruto (PIB), excluindo o gás natural liquefeito (GNL), situou-se em 2,8 %. No terceiro trimestre após 3,6 % no trimestre anterior, e antevê-se que se mantenha modesto até finais de 2024.
Quando incluído o GNL, o PIB cresceu 3,7 %. após 4,5 % no trimestre anterior. Apesar da prevalência de incertezas quanto aos impactos da tensão pós-eleitoral e dos choques climáticos na produção agrícola e nas infra-estruturas diversas, prevê-se, no médio prazo, que a actividade económica cresça de forma moderada.
A pressão sobre o endividamento público interno mantém-se elevada. A dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 408,1 mil milhões de meticais (cerca de 6,4 mil milhões de dólares), o que representa um aumento de 95,7 mil milhões (cerca de 1,5 mil milhões de dólares) em relação a Dezembro de 2023.
O sector bancário mantem-se sólido, capitalizado e resiliente. Em Outubro de 2024, os rácios de solvabilidade e de liquidez fixaram-se em 25,8 % e 48,6 %, respectivamente.
Afirma que o risco sistémico, que avalia o potencial efeito de contagio decorrente de perturbações no sector bancário, manteve-se no nível moderado.
Este comportamento reflecte a manutenção da recuperado gradual da actividade económica e da desaceleração da inflação, não obstante a exposição do sector bancário a factores climáticos adversos e ao crescente endividamento/
(AIM)
sg