
Presidente da República, Filipe Nyusi, reúne-se com reitores de universidades públicas e privadas
Maputo, 4 Dez (AIM)- O Presidente da República, Filipe Nyusi, advertiu hoje (4) que a onda das manifestações violentas que se verificam em todo o país poderá comprometer o pagamento de salários na função pública, citando como exemplo o exemplo os sectores da educação e saúde.
O bloqueio de sectores económicos com destaque a fronteira de Ressano Garcia, na província meridional de Maputo, e outras áreas influenciaram negativamente na colecta de receitas fiscais.
Até ao final do mês de Novembro do presente ano, o governo conseguiu efectuar uma cobrança até 80% do previsto.
“Isto me agita porque posso não conseguir pagar salário de professores e enfermeiros, nós não temos orçamento doado como nos outros governos que tiveram essa sorte, eu nunca tive essa sorte durante 10 anos, me sinto bem por ter dado a prova que nós moçambicanos podemos trabalhar e sobreviver fazendo alguma coisa, acho que podemos fazer mais se tivéssemos algumas medidas de contenção ” disse Nyusi no encontro com reitores de universidades públicas e privadas, um encontro mantido em Maputo.
O evento tinha como objectivo a busca de uma saída para a crise política pós-eleitoral que Moçambique enfrenta.
O Chefe do Estado explicou que alguns bloqueios inocentes feitos por algumas manifestações violentas podem criar caos, se o governo não tiver a capacidade de pagar salários não haverá a quem responsabilizar devido aos bloqueios que influenciam a entrada de receitas.
“Estamos com um governo de gestão”, sublinhando que o executivo já lancou vários apelos para que às manifestações sejam pacíficas e não violentas.
“Fizemos apelos a todas forças vivas da sociedade para que houvesse serenidade e se desaguar no Conselho Constitucional. Os académicos não estão a nos abandonar, tomamos iniciativas e com ideias concretas”, referiu o governante.
O Presidente da República, explicou que existem experiências que o país deve capitalizar, a título de exemplo da trégua que foi estabelecida aquando do conflito entre Renamo e Governo.
“Eu quando falei com Dlakhama, estive em Mossuril, a trégua que fizemos durou até hoje não fizemos nenhum acordo, não vão apanhar nenhuma parte escrita “acordo entre Presidente da República e da Renamo, é um caso inédito, foi compreensão entre nós, pensando que o País deve andar e não deve ficar refém de indivíduos “.
Ressalvou que face às manifestações em curso tem estado a manter encontros com várias sensibilidades, incluindo professores, bispos da igreja católica, diplomatas, membros do governo, influentes de alguns cantos do mundo e prevê encontro com a comunidade muçulmana.
“Às nossas Forças de Defesa e Segurança (FDS), neste caso, a frente está a Polícia, muitas vezes são acusadas de violência, mas eu sempre chamo atenção, ponderem, ponderem é o que tenho feito, mas depois chegamos a conclusão de que se nós decidirmos só um dia por três horas, a polícia ou militar ficam na caserna, não sei o que será de Moçambique”, referiu Nyusi.
(AIM)
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