
Exploração de grafite na mina da Syrah Resources. Foto Syrah Resources
Maputo, 13 Dez (AIM) – O Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, pede a contenção dos ânimos aos residentes do distrito de Balama, para que a mineradora australiana Syrah Resources retome as suas operações de mineração de grafite, instalada há seis anos naquele distrito da província nortenha de Cabo Delgado.
Falando hoje, durante a cerimónia de inauguração da delegação distrital do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) de Balama, Nyusi explicou que o investimento da mineradora está a ser abalado pelas manifestações pós-eleitorais que estão em curso no país, promovidas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que reivindica a vitoria nas eleições de 9 de Outubro último.
“O meu pedido é não zanguem muito até se divorciar com a empresa que veio para nos ajudar. Não zanguem muito porque a empresa está a me assustar. Não sei se é real a informação de que quer fechar e ir embora porque aqui não está a ganhar dinheiro. Do pouco que ganha estão a pedir mais”, disse.
Em um comunicado a que a AIM teve acesso, a Syrah Resources invocou quinta-feira (12) “força maior” para suspender suas operações de mineração de grafite, devido ao agravamento da agitação resultante de manifestações.
As manifestações, que iniciaram a 21 de Outubro, já haviam forçado a empresa a restringir suas actividades.
Por isso, Nyusi adverte que o país está a perder muitos postos de trabalho devido às manifestações, facto que afecta outros moçambicanos dependentes dos trabalhadores da mineradora.
“Nós sabemos que o dinheiro que recebem é pouco, o salário do professor, o enfermeiro, aquele da secretaria é pouco, mas quando todos ao mesmo tempo ficarmos sem trabalho, haverão pessoas que vão procurar vossas galinhas, cabritos nos quintais porque não vão ter o que comer, e vamos ter dificuldades e acusarmo-nos de feiticeiros”, afirmou.
Sobre a inauguração da delegação do INSS, o Presidente apelou para massificar os inscritos a contribuírem para a sua segurança social.
Além da classe trabalhadora, Nyusi explicou que a delegação distrital abarca também os camponeses, carpinteiros, serralheiros, comerciantes, e outras profissões podem se inscrever para preparar o seu futuro.
“Esta casa não é só para aqueles que trabalham, mas sim aqueles que vendem, que produzem cebolas, tomates, alho, mangas, se tem barraca, podem vir nesta casa e dizerem; eu quero preparar o meu futuro, e aqui vão tirar pouco, e quando não conseguir ter forças, poderá vir buscar”, afirmou.
As actividades efectuadas hoje por Nyusi inserem-se na visita de trabalho que efectuou em Cabo Delgado.
(AIM)
Ac/sg