
Presidente angolano, João Lourenço
Luanda, 16 Dez (AIM) – O Presidente angolano, João Lourenço, defende o diálogo como sendo a melhor solução para a crise pós-eleições em Moçambique, desencadeada depois do escrutínio de 9 de Outubro último.
Segundo a Angop, Lourenço exprimiu este sentimento no discurso da abertura do VIII Congresso Extraordinário do MPLA, partido no poder em Angola, um evento de dois dias com início segunda-feira (16).
O evento tem como objectivo para discutir ajustamentos ao estatuto do partido e a tese sobre os 50 anos de Independência Nacional, que se assinala a 11 de Novembro do próximo ano.
Lourenço apelou às autoridades moçambicanas, partidos políticos e a sociedade civil a trabalharem para encontrarem as melhores soluções com vista a ultrapassar a crise pós-eleitoral, sob pena de afectar a paz e segurança, a integridade física dos cidadãos e a economia moçambicana e dos países limítrofes.
“Esta situação explosiva que o mundo vive justifica cada vez mais a premente necessidade de reformas do sistema das Nações Unidas, particularmente do seu Conselho de Segurança, que já não reflecte a realidade actual, daí a sua inoperância perante o agravar dos conflitos, que podem levar a uma confrontação de consequências imprevisíveis para a paz e segurança universal”, disse.
Há mais de um mês que as principais cidades moçambicanas vivem um clima de tensão pós-eleitoral, provocada pelas manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) um partido extraparlamentar.
Venâncio Mondlane reclama os resultados do apuramento central provindos das VII eleições presidenciais e legislativas e IV para as assembleias provinciais e de governador de província, ocorridos a 09 de Outubro último, divulgados a 24 de Outubro, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) que dão vitória ao candidato presidencial Daniel Chapo, suportado pela Frelimo, partido no poder.
Os resultados foram submetidos ao Conselho Constitucional (CC) órgão soberano que compete especialmente administrar a justiça em matérias jurídico-constitucionais e, em última instância, de contencioso eleitoral em Moçambique.
As manifestações tendem a ser violentas, tendo as autoridades policiais registado vandalização e pilhagem de estabelecimentos comerciais e de viaturas em plena marcha nas avenidas e ruas.
Mais de 40 mortes e cerca de 500 feridos é o saldo das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, através das lives na sua página de Facebook.
(AIM)
Angop/sg