
Manifestacao pos-eleicoes na Cidade de Maputo. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 24 Dez (AIM) – As autoridades moçambicanas anunciaram hoje (24) a ocorrência de pelo menos 21 mortos, na sequência das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial vencido do partido Podemos, que contesta os resultados das VII eleições gerais, presidenciais, legislativas e IV das Assembleias do dia 09 de Outubro passado, que permitiram a vitória ao partido Frelimo e seu candidato presidencial, Daniel Chapo.
Como forma de tentar influenciar os resultados a seu favor, Mondlane tem vindo a organizar manifestações, a maioria das quais acabaram por degenerar em violência e vandalismo.
“Do levantamento preliminar nas últimas 24 horas foram registados 236 actos de violência grave em todo o território nacional, que tiveram como consequências 21 óbitos dos quais dois membros da Polícia da República de Moçambique (PRM)”, disse o ministro do Interior em conferência de imprensa havida da noite desta terça-feira, em Maputo.
A contagem inclui 25 feridos, sendo 13 civis e 12 membros da PRM, 25 viaturas incendiadas, das quais duas da PRM, 11 subunidades policiais, e um estabelecimento penitenciário, atacados e vandalizados pelos simpatizantes e apoiantes de Mondlane, de onde foram retirados 86 reclusos.
Os prejuízos incluem quatro portagens incendiadas, três unidades sanitárias vandalizadas, um armazém central de medicamentos incendiado e vandalizado.
Em conexão com estes factos, foram detidos 78 indivíduos devidamente processados. “Como podem ver, ninguém pode chamar e nem considerar estes actos criminosos de manifestação pacífica”, disse Ronda.
Segundo o ministro, dada a sua gravidade, foi aberta uma investigação rigorosa para identificar não apenas os autores, materiais mas também os autores morais os que organizam os actos violentos.
A violência e o vandalismo não representam o espírito de união e solidariedade que define o povo moçambicano.
Independentemente das diferenças de opinião, o respeito mútuo e a preservação da convivência pacífica deve prevalecer somente com unidade e cooperação seremos capazes de construir Moçambique sólido, fortalecendo a democracia e promovendo o desenvolvimento que todos almejam.
“Reafirmamos o nosso compromisso em responsabilizar de forma exemplar os implicados, isto é, autores morais e materiais por estes actos”, disse Ronda.
Explicou que a paz e harmonia social devem ser uma prioridade comum acima de interesses individuais, pois ninguém pode e nem deve destruir o país para alcançar ou retirar o poder democraticamente instituído ou a qualquer outro pretexto.
Por isso, o ministro adverte que face a essa situação, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) irão intervir pois não podem assistir, inocente e eternamente, o crescimento deste movimento que tende a caracterizar-se como pleno terrorismo urbano.
Segundo Ronda, enquanto os actos de violência se desenrolam, grupos de homens armados, utilizando tanto armas brancas quanto de fogo, têm realizado ataques contra postos policiais, estabelecimentos penitenciários e outras infra-estruturas críticas.
“O modus operandi dessas acções sugerem a possibilidade de estarmos perante ataques selectivos conduzidos por grupo terrorista associado à insurgência em Cabo Delgado”, referiu.
(AIM)
sg