
Presidente da República, Daniel Chapo, recebe em audiência directora-executiva do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/SIDA (ONUSIDA) e subsecretária-geral das Nações Unidas, Winnie Byanyima
Maputo, 16 Fev (AIM) – A ONUSIDA voltou a manifestar a sua preocupação com os cortes assistência financeira que era concedida pelo governo norte-americano a Moçambique, para as acções de prevenção e tratamento da pandemia.
A preocupação foi expressa pela directora-executiva do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/SIDA (ONUSIDA) e subsecretária-geral das Nações Unidas, Winnie Byanyima, durante uma audiência que lhe foi concedida hoje (16) pelo estadista moçambicano, Daniel Chapo, para discutir os avanços e desafios no combate ao HIV no país.
Aliás, é sentimento comum que um dos desafios mais prementes é a redução do apoio norte-americano, o que pode comprometer os programas de tratamento e prevenção em Moçambique, bem como no mundo inteiro.
“Falamos como gerir a situação actual, devido às mudanças na política norte-americana, o facto de que o apoio será mais reduzido. Sobre como Moçambique discutimos como vai-se recuperar e conseguir manter o progresso, discutimos várias maneiras de fazer isso e acredito que há cometimento e determinação”, afirmou Byanyima.
Diante dessa realidade, ambos discutiram estratégias para manter os avanços conquistados. Uma das principais propostas é adoptar uma abordagem colectiva para negociar com os Estados Unidos uma transição organizada, evitando cortes abruptos no financiamento.
“Concordamos que deve haver uma abordagem colectiva para discutirmos com o governo americano como fazer uma transição organizada, não parar imediatamente, mas para dar tempo para Moçambique mobilizar outros recursos”, destacou Byanyima.
O encontro, que decorreu à margem da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia, destacou a necessidade de reforçar esforços diante das mudanças no financiamento internacional.
Segundo Winnie Byanyima, “Moçambique regista muitos progressos, reduzindo as novas infecções e mortes.” No entanto, o país ainda enfrenta um grande desafio, uma vez que “Moçambique tem dois milhões de pessoas que estão em tratamento, 400 mil ainda a serem levadas ao tratamento, 80 mil novas infecções a cada ano, então continua crescendo”.
Dados oficiais indicam que 2,4 milhões de pessoas vivem com HIV no país, reforçando a importância da continuidade do acesso ao tratamento. O avanço na luta contra a doença é resultado de esforços conjuntos entre o governo moçambicano e organizações internacionais, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
Outras soluções debatidas incluem o incentivo à produção local de medicamentos, reduzindo a dependência de importações e contribuindo para a geração de empregos para jovens moçambicanos. A criação de uma infra-estrutura sólida para sustentar o tratamento e a prevenção aparecem como um passo essencial para garantir que o país continue progredindo na luta contra o HIV e a SIDA.
Apesar dos desafios, a determinação do governo moçambicano e a parceria com organizações internacionais sinalizam um compromisso sólido para conter a epidemia.
A reunião entre Chapo e Byanyima reforça a importância da mobilização de recursos e da cooperação global para assegurar que o progresso alcançado não seja comprometido.
(AIM)
sg