
Vacina contra a cólera
Maputo, 27 Fev (AIM) – A WaterAid-Moçambicana defende a prevenção da cólera, uma doença que afecta ciclicamente Moçambique, não deveria limitar-se apenas no período chuvoso para um melhor controlo da doença, cujo impacto em alguns casos chega a ser devastador.
Estas são as conclusões de um estudo realizado pela WaterAid, uma organização sem fins lucrativos, segundo a qual, a cólera, apesar de endémica, em Moçambique, sempre foi tratada como emergência e nunca esteve, de forma continuada, no centro da agenda de saúde pública, a longo prazo.
“Doenças como a cólera, são doenças que têm um impacto económico bastante grande. E porque têm um impacto econômico bastante grande, este estudo também nos remete ou traz uma recomendação que dá conta de que é preciso tratar da cólera não apenas nos momentos de pico, como um surto, mas é preciso tratar da cólera no dia-a-dia”, disse Gaspar Sitefane, director da WaterAid-Moçambique, hoje (27), em Maputo à margem do lançamento do Relatório sobre analises politica económica sobre a influencia do acesso à água ao saneamento e à higiene para a prevenção da cólera em Moçambique.
Sitefane disse que estudo remete a pensar que não basta fazer apenas algum investimento, mas é preciso fazer uma educação para cuidados com a cólera.
“Se as pessoas começarem a ter hábitos mais adequados de higiene, se as pessoas tiverem acesso à água potável, à água limpa, isto vão fazer com que estes surtos reduzam ou até mesmo desapareçam”, disse.
O estudo conclui que “a falta de priorização e os níveis baixos de financiamento contribuem para que a resposta à cólera tenha uma abordagem emergencial. Por exemplo, nos últimos 10 anos, o sector recebeu dotações orçamentais com um peso médio de 2.7 por cento do total dos orçamentos considerados prioritários”.
O estudo da WaterAid concluiu também que existe um bom conhecimento sobre a cólera como uma doença diarreica, no entanto as formas de transmissão ainda não são claras em muitas comunidades, o facto faz com que, em muitas ocasiões, associada à feitiçaria, à mosca e, em outras, são apontados os agentes da saúde e políticos como sendo responsáveis pela eclosão da cólera nas comunidades.
O estudo concluiu ainda que se nota uma tendência crescente de subfinanciamento do sector de água e saneamento comparado com outros sociais considerados prioritários.
(AIM)
SNN/sg