
Mulheres no ramo industrial
Maputo, 21 Mar (AIM) – O Ministério da Educação e Cultura (MEC) pretende aumentar a participação das raparigas nos cursos tradicionalmente, considerados masculinos, uma iniciativa que visa garantir oportunidades justas e fortalecer a participação das mulheres na economia.
Para o efeito, o executivo moçambicano lançou, na manhã desta sexta-feira (21), em Maputo, a Estratégia de Género do Ensino Técnico Profissional 2025-2034, com a vista a garantir, às mulheres, o acesso igualitário às oportunidades educacionais e profissionais.
O Secretário de Estado do Ensino Técnico Profissional, Leo Jamal, afirmou, durante o evento que, com a Estratégia de Género do Ensino Técnico Profissional e seu Plano de Acção 2025-2034, o governo que assume o compromisso de abordar as barreiras estruturais directas ou indirectas que impedem a participação efectiva da mulher no desenvolvimento do país, procurando métodos para a reversão do cenário.
“Esta Estratégia de Género do Ensino Técnico Profissional e o seu Plano de Acção, que hoje lançamos, visam reverter a baixa taxa de participação de raparigas em cursos tradicionalmente considerados masculinos, tendo previsto que, até 2029, possamos alcançar 32 por cento de raparigas nas qualificações tradicionalmente percebidas como masculinas”, disse.
Na ocasião, partilhou que, actualmente, o Ensino Técnico Profissional conta com uma rede de 264 instituições, sendo 75 públicas, 27 semi-públicas e 162 privadas, leccionando o ramo industrial apenas 50 institutos, o correspondente a 18,9 por cento.
Referiu que “em 2024, o número de inscritos era de 122.213 formandos, dos quais 75.100, o equivalente a 61,4 por cento, são mulheres, o que significa que numa análise geral, alcançamos a igualdade. No entanto, o número de formandos que frequentam o ramo industrial é de 19.631 sendo que 5.185 são mulheres, que representam apenas 26,4 por cento”.
Jamal explicou que um dos incentivos e acção concreta do Governo em curso consiste na atribuição de bolsas de estudo a 1.200 raparigas em seis Instituições do Ensino Técnico Profissional em processo de transformação em Centros de Referência e três centros de formação profissional no âmbito do Projecto MozSkills, financiado pelo Banco Mundial.
“O passo subsequente e imediato é a capacitação dos actores-chave em número de 371 para a operacionalização deste instrumento. E, para isso, continuamos a contar com os nossos parceiros estratégicos, a GIZ e a ONU Mulheres, sendo que, com a GIZ está garantida a capacitação na cidade e província de Maputo 62, Inhambane 41 e Sofala 36, com o desafio de abranger as restantes províncias, para garantir que o esforço empreendido até aqui não seja em vão”, acrescentou.
Já a chefe da Cooperação da Embaixada Alemã, Christine de Barros Said, disse que a igualdade de género na educação profissional não é apenas uma questão de justiça social, mas também um factor decisivo para o desenvolvimento sustentável e inclusivo do país.
“A Estratégia não só visa aumentar a participação das raparigas em todas as áreas da educação profissional, mas também criar um ambiente seguro, livre de descriminação e violência. As escolas de formação profissional são espaços de aprendizagem onde um ambiente aberto, inclusivo e sensível ao género é indispensável.
(AIM)
SNN/sg