
Maputo, 10 Abr (AIM) – As autoridades moçambicanas detiveram, de Janeiro de 2024 até Março último, 33 cidadãos acusados de envolvimento em raptos.
Um total de 12 armas de fogo, 12 viaturas, 28 telemóveis, dois computadores e quatro cativeiros, foram desvendados.
No mesmo período, oito vítimas de raptos foram devolvidas ao convívio familiar, resultado de acções de investigação e de intervenção policial.
No mesmo período, as autoridades registaram 19 raptos consumados e dois não consumados devido à intervenção da polícia, em colaboração com as comunidades.
Os dados foram revelados pelo ministro do Interior, Paulo Chachine, em Maputo, durante o 1º dia da sessão especial de ´Informações ao Governo´, na Assembleia da República (AR), o parlamento do país.
A bancada parlamentar do Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) solicitou “informações detalhadas” sobre os obstáculos enfrentados, desde 2011, pelo governo, quando registaram os primeiros raptos e, após 2013, ano que ocorreu o pico do crime.
De acordo com Chachine, os registos dos sequestros indicam que, entre 2011 e Março último, ocorreram cumulativamente 205 crimes de rapto, com o pico registado em 2013, com 37 casos, seguido de 2014 com 20 casos.
Em 2015, o país registou 17 raptos, em 2020 – 16 casos, nos anos de 2016 e 2024 foram registados 15 casos, cada.
A província mais afectada por raptos foi a cidade de Maputo, com 133 raptos.
“Ainda no contexto das estratégias e medidas adoptadas para combater e responsabilizar os mandantes do crime organizado, o governo programou no seu Programa Quinquenal 2025-2029 a criação, até próximo ano, de uma unidade de prevenção e combate aos raptos e outros crimes organizados e transnacionais, tendo, para o efeito, já iniciado, a nível institucional, a elaboração do respectivo ante-projecto operacional”, vincou.
Como o rapto faz parte do crime organizado e transnacional, Chachine reconhece a complexidade exigida, incluindo a especialização, actualização dos recursos humanos, bem como provisão de equipamento tecnológico de ponta, determinantes para o trabalho eficaz das instituições responsáveis pela prevenção e investigação do crime.
Disse que agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) têm sido submetidos a formações em matéria de prevenção e combate aos crimes de rapto, branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo, corrupção e técnicas de vigilância e combate ao narcotráfico, “acções estratégicas que estão a trazer resultados positivos”.
A sessão de Perguntas ao governo termina nesta quinta-feira (10).
(AIM)
Ac/mz