
Maputo, 06 Mai (AIM) – A Polícia da República de Moçambique (PRM) acusa o agente de segurança e motorista como autores confessos no assassinato do português, José Pedro da Silva, ocorrido sexta-feira (02) na cidade da Matola, província meridional de Maputo.
Falando em conferência de imprensa havida hoje (06), em Maputo, o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Leonel Muchina, revelou que não houve nenhuma tentativa de rapto de José Pedro da Silva, como tinha sido avançado anteriormente pelas autoridades policiais.
“Das investigações e reconstituição dos factos levados a cabo, em coordenação com o Serviço Nacional de Investigação Criminal [SERNIC] indicam um envolvimento directo na execução material deste crime, do segurança e do motorista da vítima”, disse.
Explicou que os dois comparsas confessaram a execução material do crime que culminou com o baleamento.
“Do resultado das investigações apontam que no interior da viatura não foram encontrados nenhum estilhaços de vidro, facto que contraria a versão de que supostos meliantes quebraram o vidro da viatura na qual a vítima se transportava”, afirmou.
No local dos factos, segundo Muchina, agentes do SERNIC acharam um vidro quebrado caído no chão, que se presume que a força impulsionada foi de dentro para fora da viatura em que se faziam transportar.
No interior da viatura, continuou, foi encontrado um invólucro de munição de arma de fogo do tipo pistola, portanto, não foi encontrado nenhum projéctil de munição caído no chão.
Na primeira versão, que o agente de segurança e o motorista, ambos detidos, declararam às autoridades policiais, que o disparo foi de fora para dentro da viatura, e de uma arma do tipo AK-47.
Antes dos disparos, os meliantes, de acordo com ambos comparsas, bloquearam a viatura, e se faziam transportar em duas viaturas, sendo uma de marca BMW de cor preta e outra de marca Ford Ranger.
“Das interrogações feitas até o momento, o motorista confessou que o disparo foi efectuado pelo segurança no interior da viatura e não houve nenhuma perseguição e nem atirador de fora”, vincou Muchina.
Após o disparo efectuado pelo segurança, ambos, o segurança e o motorista, levaram Pedro até um parque da empresa, para trocar a viatura e repor a munição no carregador da arma do agente de segurança.
Segundo recentes declarações dos indiciados, foram buscar a vítima e fizeram recolha do dinheiro nas sucursais da empresa SoTubos, localizada na Praça dos Combatentes e no Zimpeto, cidade de Maputo.
Foram para outra sucursal no bairro da Machava, cidade da Matola, local onde executaram o crime com intenção de roubar o referido dinheiro.
Neste momento, de acordo com o porta-voz, decorrem diligências junto das instituições da administração de justiça, para a responsabilização dos autores.
José Pedro da Silva (41) era filho do antigo presidente do Sporting de Braga, Alberto Silva, que em 2019, foi nomeado embaixador do clube para a África Austral, que está em Portugal.
(AIM)
Ac/sg