
Porta-Voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na Cidade de Maputo, Hilário Lole numa Conferência de Imprensa alusivo á Apresentação dos densevolvimentos das investigações dos crimes de rapto.
Maputo, 14 Ago (AIM) – As autoridades moçambicanas apresentaram nesta quarta-feira (14), em Maputo, a ex-sogra de Nini Satar, de 66 anos, suspeita de ser a mandante transnacional dos crimes de rapto, a maior parte dos quais aflige os residentes da cidade de Maputo.
Segundo o porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na cidade de Maputo, Hilário Lole, as detenções resultam de uma operação prolongada que tinha como objectivo a desmantelar a rede responsável pelos sequestros.
“O crime de rapto é um crime organizado e transnacional, que envolve executores assim como mandantes, e outros indivíduos da sociedade que têm o papel de monitorar a segurança e o posicionamento das vítimas”, disse Lole em conferência de imprensa havida hoje em Maputo que tinha por objectivo apresentar alguns mandantes.
A detida, em conluio com o seu filho, que se encontra em território europeu, é acusada de dirigir várias operações de rapto.
Ela era responsável pela gestão financeira, recebendo cheques assinados por seu filho e distribuindo os fundos entre as várias pessoas envolvidas para aquisição de viaturas, pagar um certo executor, e aluguer de imóveis usados como cativeiros.
A SERNIC teve acesso à informação através de transacções bancárias via cheque e transferências usando carteiras móveis, efectuadas por um indivíduo do sexo masculino, actualmente em parte incerta.
“Desde já, estão sendo feitas diligências para a localização do seu paradeiro e posterior neutralização”, afirmou.
Além disso, a polícia conseguiu apreender bens electrónicos com informações cruciais para a investigação e recuperar um veículo, parqueado na residência do foragido, usado em um rapto em Abril último.
Graças a operação, duas vítimas raptadas nos dias 24 de Abril e 5 de Agosto do corrente ano, a última próxima ao hotel Términus na cidade de Maputo, voltaram ao convívio familiar.
Falando à imprensa, a suspeita negou as acusações, afirmando que apenas assinava os cheques sem saber da sua finalidade. Desde 2022 recebia do filho, o montante, geralmente no início ou final do mês e destinava-se à compra de material para obras, devidamente licenciadas.
“Eu só assinava os cheques e, não os preenchia”, sendo o último de 220 mil meticais (um dólar equivale a cerca de 64 meticais) do Moza Banco e 150 mil do BCI, que passou para o seu motorista, de 62 anos, também detido. Os livros de cheques estão comigo, são do BCI e do Moza. São livros do meu filho e de mais ninguém”, assegurou.
Acrescentou que, “nunca foram montantes muito grandes, foram sempre de 100 mil a 300 mil meticais, provenientes de rendas de algumas lojas para a construção e manutenção de estabelecimentos”.
Entretanto, o SERNIC prossegue com as investigações e continua a trabalhar no sentido de localizar o filho foragido na Europa.
Por seu turno, o motorista que também se encontra detido em conexão com o caso, revelou que desde 2016 trabalha para patrões, um em Portugal e outro na cidade de Maputo e, levantava valores em cheques nos bancos com Faraz (foragido) para efectuar pagamentos a um senhor chamado Faruque, em torno de 370 mil meticais.
“Fiz três a quatro pagamentos, mas não conhecia as pessoas que eu pagava dinheiro e não sabia qual era o fim”, afirmou.
Nesse contexto, Lole apelou aos proprietários das residências usadas como cativeiro, para que exerçam muita vigilância e comunicarem as autoridades de investigação criminal ou outras policiais sobre qualquer atitude que mereça alguma atenção do SERNIC.
Apelou ainda à colaboração das vítimas e familiares para o esclarecimento e combate dos crimes de rapto na cidade de Maputo e algumas partes do país.
(AIM)
NL/sg