
Presidente moçambicano, Daniel Chapo, recebe em audiência antigo Presidente da Espanha, José Luis Zapatero
Maputo, 01 Jul (AIM) – O antigo Presidente da Espanha, José Luis Zapatero, augura uma liderança activa nos países africanos, afirmando ser imprescindível para o actual momento que o mundo vive.
Zapatero diz ser urgente uma acção coordenada para acabar com a miséria e a fome, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento.
O antigo Presidente falava minutos após um encontro hoje, em Sevilha, com o Presidente da República moçambicana, Daniel Chapo, no terceiro dia da sua visita aquele país ibérico, para participar na IV Conferência das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4).
A reunião serviu para reafirmar o compromisso comum com a construção de uma nova arquitectura financeira internacional mais justa, solidária e orientada para a erradicação da pobreza extrema, em que Chapo e Zapatero destacaram como um momento de diálogo estratégico entre África e Europa sobre o futuro do desenvolvimento global.
“Vivemos um momento histórico nestes primeiros 25 anos do século XXI, em que estamos a decidir qual vai ser o legado deste século”, afirmou Zapatero, tendo acrescentado que “ou acabamos com a pobreza extrema, que para mim é a primeira obrigação, ou falhamos”.
Segundo o antigo estadista espanhol, “temos de erradicar a pobreza extrema no mundo, abolir a miséria, a fome. A fome não pode existir no século XXI, quando há tanto desenvolvimento tecnológico, tanta riqueza global”.
Para Zapatero, essa transformação exige uma nova arquitectura financeira e mudanças estruturais nas atitudes das potências mundiais.
“Exige que as nações ricas e poderosas deixem de ser egoístas, que pensem nos outros, e exige uma África unida. Isso é fundamental: uma África unida e decidida também a começar já”, vincou.
Zapatero reconhece o potencial do continente africano, afirmando que toda a gente sabe que o futuro é África.
“É verdade que as nossas vidas são curtas, e por vezes perguntamos: mas quando? Eu acredito que pode ser já”.
O antigo Chefe do governo espanhol destacou igualmente os progressos já alcançados em sectores-chave, apontando que a educação também tem vindo a melhorar em África. “Há cada vez mais população formada, mais educada, mais empreendedora”.
No entanto, alertou que persistem desafios estruturais ligados à falta de perspectivas para a juventude africana. “Falta o futuro. Falta o futuro. É por isso que tantos jovens emigram, porque não têm alternativa”.
Numa mensagem directa à Europa, Zapatero deixou um aviso claro, “Eu digo sempre à Europa, se a Europa não investir em África, a África estará na Europa, os jovens africanos irão para a Europa”.
(AIM)
Ac/sg