Mosquito causador da malária
Chimoio (Moçambique) 27 Nov (AIM) – Pelo menos 30 pessoas perderam a vida nos primeiros 10 meses do corrente ano, devido a malária na província central de Manica, em Moçambique.
As mortes resultam de mais de um milhão de casos registados este ano em diversas unidades sanitárias da província.
O médico chefe provincial de Manica, Flávio Roque, que revelou o facto esta quinta-feira (27), em Chimoio, explicou que parte considerável das vítimas são crianças menores de cinco anos de idade.
Os distritos de Machaze, Tambara, Guro, Gondola, Macossa e cidade de Chimoio são os mais assolados pela doença.
No entanto, Flávio Roque apela a população para a observância de medidas de higiene colectiva como higiene pessoal, saneamento do meio, o uso correcto de redes mosquiteiras como sendo as formas adequadas para prevenção da malária.
“A situação preocupa o sector porque a maior parte das vítimas são crianças menores de cinco anos de idade. De Janeiro a Outubro do ano em curso morreram 27 crianças vítimas de malária”, referiu Flávio Roque.
“No mesmo período, mais de 200 crianças foram diagnosticadas com malária e tratadas nas unidades sanitárias dos doze distritos da província de Manica”.
Segundo Flávio Roque, uma das estratégias do governo para o combate à doença será a introdução, na próxima semana, de uma vacina contra a doença que será administrada a crianças de zero a seis meses de vida.
A administração da vacina tem como objectivo imunizar os menores por serem o grupo de maior risco.
“As crianças são vulneráveis porque podem desenvolver casos graves da doença. Por isso, essa é a nossa prioridade. A província tem disponíveis 280 mil doses que achamos serem suficientes para imunizar, nesta primeira fase, cerca de 90 mil crianças nos próximos três meses.
Referiu que a vacinação será feita em todas as unidades sanitárias.
Cada hospital terá profissionais de saúde para imunizar as crianças.
“A vacina é administrada na veia. Requer muito cuidado. Portanto, quer dizer com isso que quem deverá administrar é um profissional de saúde. A vacina tem alguns efeitos quando aplicada. Poderá causar ligeiras febres na criança. Por isso, será controlada. Esta é outra forma de prevenção da malária. Mas não podemos nos esquecer de tantas outras que temos feito nas comunidades” acrescentou.
Apelou os pais e encarregados de educação a seguirem correctamente os métodos de prevenção da malária e procurarem as unidades sanitárias mais próximas em casos de qualquer sintoma relacionado com a doença.
Referiu que a introdução da vacina contra a malária no Sistema Nacional de Saúde (SNS) representa um avanço significativo na protecção da mulher grávida, da criança e da população em geral.
“Estamos preparados para o arranque da campanha. O que pretendemos é que neste processo sejam abrangidas todas as regiões de alto risco. A nossa recomendação é que a vacina seja introduzida de forma faseada, com maior atenção para as regiões com mais casos da doença”, disse Flávio Roque.
A primeira dose da vacina abrangerá crianças menores de seis meses. A segunda será aos sete meses, a terceira poderá ser administrada aos nove e a quarta quando a criança completar 18 meses de idade vida.
Manica figura entre as províncias prioritárias para a introdução da vacina contra a malária, em Moçambique.
Já recebeu as vacinas que foram distribuídas por todas as 155 unidades sanitárias da província de Manica.
(AIM)
Nestor Magado (NM) /sg
