As autoridades sanitárias de Sussundenga vacinaram pelo menos 3.754 raparigas contra o cancro do colo do útero, desde o início do ano 2021 até ao fim primeiro semestre do corrente ano, neste distrito do centro de Moçambique.
A cifra representa 98,2 por cento da meta estabelecida para vacinar 3.812 raparigas. A campanha abrange meninas de nove anos de idade.
Em Moçambique, o cancro do colo do útero representa cerca de um terço dos casos de cancro na mulher, reflectindo a elevada prevalência de infecção pelo vírus do Papiloma Humano (Human papillomavirus – HPV).
O administrador do distrito de Sussundenga, Tomás Razão, disse hoje (06) que além da vacinação, o sector de saúde rastreou 722 mulheres contra o cancro colo do útero, na faixa etária 30 a 35 anos.
“Quando comparamos com o ano passado, notamos que houve melhorias em todas as componentes de vacinação, com maior destaque para programas denominados crianças completamente vacinadas. Neste programa atingimos uma realização em 106 por cento da meta planificada e uma evolução situada em 3,3 por cento’, explicou Tomás Razão durante a apresentação do informe na sessão extraordinária do governo distrital por ocasião da visita do secretário de Estado a Sussundenga.
Refira-se que no ano passado a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a “Estratégia mundial para acelerar a eliminação do cancro do útero 2020-2030” que estabelece a meta 90-70-90 até 2030. Isto significa que deverão atingir, até ao ano 2030, 90 por cento de cobertura vacinal contra o HPV, 70 por cento de cobertura de rastreio e 90 por cento das mulheres em tratamento quando a doença for identificada.
O rastreio ocorre durante as consultas de planeamento familiar das 1.444 planificadas, o que corresponde a 50 por cento da meta planificada, contra 831 do ano de 2021.
Para o sucesso das campanhas, segundo Tomás Razão, foram criadas 163 brigadas móveis de vacinação, das 330 programadas, contra 61 do ano de 2021.
A taxa de vacinação em crianças de zero a 11 meses de idade situou-se em 4.646, das 7.808 esperadas, que representa 60 por cento de execução, contra 4.098 em 2021, que se traduz num aumento de 13,6 por cento.
Outras acções em curso nas comunidades incluem as campanhas para a prevenção de doenças endémicas tais como a malária, diarreias e outras negligenciadas.
‘Temos brigadas nas comunidades que trabalham com a população na prevenção de várias doenças. Esses actos passam essencialmente pela sensibilização da população para a observância de práticas saudáveis dentro das comunidades’, explicou aquele governante.
Já o secretário de Estado na província de Manica, Edson Macuácua, manifestou a sua satisfação com o desempenho de Sussundenga, mesmo perante muitas adversidades tais como ciclones, cheias e outros fenómenos naturais.
Num outro desenvolvimento, Macuácua encorajou ao governo do distrito para trabalhar com as lideranças comunitárias na manutenção da paz.
Disse ser importante que a população se mantenha vigilante contra qualquer situação que atente contra a segurança de pessoas e bens.
“O terrorismo ameaça a nossa segurança. Por isso, o governo, as lideranças comunitárias e religiosos devem estar atentos e denunciar quando vemos que há um movimento estranho nos nossos bairros. Não podemos deixar que os inimigos da paz e desenvolvimento entrem nas nossas comunidades e semear um ambiente de insegurança’, acrescentou.
A visita do secretário de Estado da província de Manica ao distrito de Sussundenga tem como objectivo fazer o acompanhamento do grau de realização do Plano Económico e Social 2021 e o primeiro sem termo de 2022.