Maputo, 22 Ago (AIM) – O Primeiro-Ministro moçambicano, Adriano Maleiane, chefia um novo grupo de trabalho para continuar a aprofundar as questões pendentes no processo de diálogo com os médicos grevistas.
O anúncio foi dado pelo porta-voz da 30ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, que falava minutos após o fim da sessão que teve lugar hoje, em Maputo.
“Não obstante os encontros realizados, continuamente e os últimos, na última semana, incluindo fim-de-semana, o governo destacou um novo grupo de trabalho chefiado por sua excelência o Primeiro-Ministro”, disse Impissa, que também é vice-ministro da Administração Estatal e Função Pública.
Há sensivelmente três meses, a Associação Médica de Moçambique (AMM) convocou uma greve em todas as instituições sanitárias do país como forma de reivindicar o pagamento por inteiro dos subsídios de diuturnidade e de horas-extraordinárias registadas há mais de dois anos.
Impissa anunciou que o vice-ministro da Saúde, Ilesh Jani, deverá dirigir uma conferência de imprensa, quarta-feira (23) que visa apresentar os detalhes da greve dos médicos em curso, bem como o processo do diálogo em curso.
Os últimos dois encontros do diálogo tiveram lugar última sexta-feira e durante o final de semana, disse Impissa, que sublinhou que o corredor do diálogo continua o mesmo, o que o governo fez é “tentar subir um pouco de nível para tentar compreender um pouco mais o que é que não estará a ser conseguido ao nível em que está a ser feito”.
Além da AMM, também a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) decidiu retomar a greve geral, a escala nacional, que teve o seu início sábado (19) por um período de 21 dias prorrogáveis.
A greve resulta da falta de consensos entre a APSUSM e o governo moçambicano, findo o período de 60 dias que havia sido acordado entre as partes.
No entanto, o porta-voz da sessão do Conselho de Ministros disse que pela parte do governo tem havido progressos no alcance dos pontos em discordância, mas a classe dos médicos considera não haver nenhum consenso.
“Havendo este aparente bloqueio dos avanços, o que se vai fazer agora é progredir para um novo estágio em que deve se clarificar parte a parte o que é que não estará a correr bem, e daí definir-se os passos subsequentes”, explicou.
O governo continua a apelar a AMM a retomar aos seus postos de trabalho.
(AIM)
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