Maputo, 21 Out (AIM) – A multinacional francesa TotalEnergies pretende ampliar o aeroporto da área onde vai construir uma fábrica de gás, no norte de Moçambique, numa infra-estrutura capaz de receber aviões Boeing e outros de grande porte, disse sexta-feira um responsável da empresa.
“Hoje, a pista do aeroporto conta com 1.700 metros e há um plano de expansão para 2.300 metros, para que aterrem aviões como Boeing 737”, afirmou Thierry Lacave, director nas instalações da TotalEnergies em Afungi, província nortenha de Cabo Delgado, em declarações após um encontro com o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Mateus Magala.
Segundo a Lusa, Lavave avançou que o aumento da capacidade daquela infra-estrutura visa alargar a capacidade de resposta ao tráfego aéreo que está a ser dinamizado pelos projectos de gás natural na zona.
O consórcio da TotalEnergies está empenhado no fortalecimento das condições de segurança no perímetro onde será construída a fábrica de gás natural liquefeito (GNL), assegurou ainda aquele responsável.
A multinacional suspendeu o seu projecto em Cabo Delgado na sequência de um ataque armado perto das instalações do projecto, em Março de 2021, no contexto da violência armada que tem sido protagonizada por terroristas na província.
O presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, anunciou recentemente que a empresa contava relançar o projecto antes do final do ano.
O ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique afirmou sexta-feira que se dependesse do executivo moçambicano, o projecto da TotalEnergies teria sido retomado “ontem”, garantindo o que foi restaurada a segurança em Cabo Delgado, face aos avanços na luta contra os grupos armados.
“Há um optimismo e um sentido de urgência”, para o reinício das actividades do projecto de gás do consórcio da multinacional francesa, disse Mateus Magala.
A província de Cabo Delgado, prosseguiu, será um dos principais motores do crescimento económico e criação de prosperidade económica e social em Moçambique, dado os “vastos recursos de que dispõe”.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos ataques armados, sendo alguns reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
No terreno combatem o terrorismo – em ataques que se verificam desde Outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projectos de produção de gás natural na região – as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde Julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O conflito no norte de Moçambique fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu recentemente “mais de 2.000” vítimas mortais.
(AIM)
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