Nacala Porto (Moçambique), 10 Dez (AIM) – As primeiras cinco horas de votação na assembleia de voto instalada na Escola Primária Completa de Murrupelane, uma das duas onde o Conselho Constitucional (CC) mandou repetir a votação, na cidade portuária de Nacala, decorreram de forma tranquila e ordeira.
A AIM esteve naquela assembleia desde a abertura das urnas pontualmente às 07:00 horas locais da manhã deste domingo, e até a retirada da respectiva reportagem, cerca das 12:00 horas, tudo decorria dentro da maior tranquilidade.
No total de nove mesas instaladas na assembleia de voto de Murrupelane estão inscritos 6.449 eleitores.
As duas primeiras horas registaram uma enchente de votantes, principalmente mulheres e jovens, em seis das nove mesas de votação.
Foi notória, em Murrupelane, a presença de membros de nível central provincial e distrital dos órgãos de gestão eleitoral, desde o arranque da votação, alegadamente em acção de monitoria e fiscalização.
A nossa equipa deu conta também da presença de várias equipas de observadores da sociedade civil.
O cidadão eleitor, Jaimito Mouriane, disse à AIM que chegou à assembleia de voto cerca das 04:00 horas da manhã deste domingo.
“Cheguei às 04:00 da manhã, adiantei porque queria votar cedo e voltar para casa. Até a hora em que votei, o ambiente estava calmo, mas prefiro voltar para casa, onde me sinto mais seguro”, afirmou.
Uma observadora, que não quis se identificar, afirmou que as primeiras horas de votação decorreram dentro da maior tranquilidade.
O presidente da Comissão Provincial de Eleições, Daniel Ramos, que esteve no local, na companhia de membros do órgão central, era um homem prudente e aconselhava a manutenção da calma.
“Estivemos também na outra assembleia de voto e mesmo aqui reparamos que as pessoas estão a votar tranquilamente. É verdade que algumas mesas têm poucas pessoas agora, mas também há outras com muitos eleitores na fila. A maioria são mulheres, o que se justifica, porque no nosso país, o número deste segmento social é maior que o dos homens,” explicou.
Ramos mantém a esperança de que a situação assim se mantenha até o final do processo.
A AIM constatou que nas nove mesas de voto estavam presentes delegados de lista do partido governamental, a Frelimo, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior da oposição. A Renamo, o principal partido da oposição, pautou pela ausência.
Igualmente, a Renamo não integrou nenhuma das nove equipas de membros de mesas de voto (mmv’s) na assembleia de Murrupelane.
Já na assembleia de voto da Escola Primária de “Cristo é Vida”, a AIM abordou algumas cidadãs eleitoras que pautaram pelo mesmo discurso, apelando aos seus concidadãos a irem votar.
“Sou Ana de Fátima, cheguei aqui as seis, saí as oito horas, e consegui votar, sinto-me bem por ter votado. No dia onze votei e estou a repetir. O que digo aos outros é só virem votar não terem medo, fazer como eu que já votei e estou a ir para casa”.
Uma outra cidadã eleitora, Inocência Lázaro, afirmou que “foi bom votar tranquilo, sem nenhum estresse. Fiquei a vontade, senti-me livre. Não havia enchente, cheguei e votei. Segundo eles dizem que não houve contagem, da primeira vez, e por isso era preciso vir votar pela segunda vez. Apelo aos outros para virem votar, está tudo controlado e num bom ambiente”.
Já, Meria Maquitã aconselhou ao voto.
“Foi muito bom. Votei e assim vou para casa. Não houve nenhum problema, não posso mentir, afinal, não estava muito cheio. Vou dizer aos outros para virem votar, muitos pensam que está muito cheio, enquanto não.”
(AIM)
RI/mz