
Vacina contra a colera
Maputo, 18 Abr (AIM) – As autoridades sanitárias registaram um cumulativo de 15.386 casos de cólera e 32 óbitos, que corresponde a uma taxa de letalidade de 0,2 por cento, desde Outubro de 2023 até terça-feira (16).
O ministro da Saúde, Armindo Tiago diz que, no mesmo período, 52 distritos em oito províncias foram afectados pela doença, e actualmente, o surto está activo em 29 distritos.
Tiago falava na sessão especial de ‘Perguntas ao Governo’, na Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano, acto de dois dias que terminou hoje em Maputo.
“Os dados epidemiológicos indicam uma tendência nacional de redução de casos de cólera nas últimas semanas”, disse.
Nas últimas duas semanas, o surto afectou 334 e 261 pacientes, respectivamente. O pico foi atingido na última semana de 2023, com 740 casos confirmados.
O governante reconhece que a ocorrência da cólera é condicionada pelo deficiente saneamento do meio, disponibilidade de água potável, incluindo maus os hábitos de higiene individual e colectiva, e fraco conhecimento sobre a propagação da doença.
Por isso, o ministro afirmou que as doenças “são o resultado de uma multiplicidade de factores, constituindo responsabilidade do indivíduo, do governo e da sociedade em geral”.
As acções de controlo da cólera devem, de acordo com Tiago, ser direccionadas para a resolução das determinantes da doença, sublinhando as especificidades do sector da saúde, que incluem promover a saúde através de mensagens educativas sobre formas de transmissão da doença, vigilância epidemiológica e sanitária.
Além do diagnóstico precoce e tratamento dos casos para reduzir a mortalidade, as acções do sector abrangem também a vacinação reactiva em locais de alto risco.
Segundo o governante, mais de 2,2 milhões de indivíduos elegíveis foram vacinados contra a cólera em todo o país, sobretudo nos locais de risco.
“O governo está a finalizar o plano multissectorial de eliminação da cólera, que tem como objectivo geral até 2030, eliminar a cólera como um problema de saúde pública”, disse o ministro, acrescentando que a eliminação vai ser por via da implementação coordenada de acções multissectoriais para a prevenção e resposta em todas as áreas críticas no país.
Sobre o surto de conjuntivite hemorrágica, que eclodiu em meados de Fevereiro, o ministro disse que até terça-feira (16) o país registou um total de 60.623 casos, sem óbitos.
A conjuntivite hemorrágica causou 27 cegos em todos os olhos, e igual número unilateral, de um total de 149 internados.
“Embora a doença seja auto-limitada e não precise de tratamento específico, o nosso país tem registado casos com complicações associadas a automedicação”, disse o ministro, afirmando que os casos da conjuntivite hemorrágica tendem a reduzir gradualmente.
A sessão de Perguntas ao Governo tem sido uma prova oral das acções do Executivo, durante a qual os deputados das três bancadas da AR, nomeadamente, a Frelimo, partido no poder, Renamo, o maior partido da oposição, e o Movimento Democrático de Moçambique, a segunda formação da oposição, preparam cinco perguntas para cada bancada, havendo espaço para insistências.
(AIM)
Ac/sg