
Paula Emmerson, Chefe do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas em Moçambique
Maputo, 19 Abr (AIM) – O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas em Moçambique (OCHA) já tem a seu dispor cerca de 45 milhões de dólares, ou seja 11 por cento dos 413 milhões necessários para assistência humanitária em Moçambique até ao fim do corrente ano.
“Estamos numa situação muito complicada porque só cerca de 10 à 11 por cento daquilo que é necessário foi mobilizado e, normalmente nesta altura do ano já teria sido mobilizado o dobro deste valor”, disse Paula Emmerson, Chefe do Escritório da OCHA em Moçambique.
“Certamente, esperamos alcançar mais. A nossa esperança é continuarmos a mobilizar apesar de saber que este é um ano complicado em termos de financiamento a nível global”, apontou.
Quanto à morosidade no envio de fundos, a fonte diz que não é uma situação que afecta apenas o país, mas o mundo inteiro.
“Isso não está só a acontecer apenas em Moçambique, mas também no mundo o financiamento humanitário não está a acompanhar o crescimento das necessidades humanitárias que nós temos tido, mas continuaremos a fazer todo esforço”, referiu.
Dos 413 milhões que a OCHA projecta mobilizar para assistência humanitária em Moçambique em 2024, 387 milhões destinam-se para assistência às pessoas em zonas de conflito e 26 milhões para resposta a desastres naturais.
Segundo a ONU, 2.3 milhões de pessoas estão ou poderão estar em situação de necessidade em Moçambique no presente ano, destas prevê conceder auxílio a 1,7 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Dos 1,7 milhões de moçambicanos necessitados em zonas de conflito, 1,3 vão terão auxílio, e dos 554 mil necessitados por desastres naturais, serão visados 429 mil.
Emmerson conclui referindo que as Nações Unidas, através da OCHA, têm estado também atentas à ameaça iminente de secas, desenvolvendo planos de acção antecipada em colaboração com o governo.
“As Nações Unidas também têm acompanhado o governo no desenvolvimento de planos de acção antecipada relacionados a seca mas, neste momento, estes planos de acção estão a ser implementados em cinco distritos o que não é suficiente, pois sabemos que muitas pessoas estão ou serão afectadas pelas secas e, para isso, o financiamento é necessário”, sublinhou.
(AIM)
CC/sg