
Camião usado para o contrabando de cigarros em Moçambique
Maputo, 24 Jun (AIM) – A Autoridade Tributária de Moçambique apreendeu mais de 2.200 caixas de cigarros na rota do contrabando, que teriam lesado ao Estado moçambicano cerca de 14 milhões de meticais (219,884 dólares).
O porta-voz da Autoridade Tributária de Moçambique (AT), Fernando Tinga, disse “se a mercadoria tivesse entrado de forma regular no país, o Estado teria cobrado por camião, no mínimo, sete milhões de meticais”.
Os dois camiões foram interceptados nas imediações da fronteira de Ressano Garcia, quando seguiam em direcção a cidade de Maputo e presume-se que sejam provenientes do vizinho Zimbabwe.
“Os cigarros são da marca Real e estão acondicionados em camiões atrelados, tradicionalmente usados para o transporte de ferro-crómio da vizinha África do Sul para o Porto de Maputo”, esclareceu Tinga, que falava em conferência de imprensa havida hoje, em Maputo.
Importa referir que, cada camião contém cerca de 1.200 volumes de cigarros.
“Vamos proceder agora ao exercício de contagem da quantidade de cigarros que estão lá disponíveis e da pré-avaliação dos impostos que seriam envolvidos nesta mercadoria”, disse.
A fonte referiu que esta actividade está sendo desenvolvida em todo o território nacional, de forma a fazer face ao contrabando e outras formas de sofisticação do crime aduaneiro e fiscal.
“É preciso reconhecer o esforço que está sendo feito por parte dos agentes que promovem a fuga ao fisco e sofisticação na diversificação das formas de camuflagem das mercadorias”, disse.
A fonte admite foram colhidos de surpresa, pois nunca ocorreu que camiões desta natureza pudessem ser usados para o tráfico de cigarros.
“Os motoristas que conduzem os camiões fazem o uso desta confiança que a AT dá a estes operadores, pelo alto nível de velocidade aceitável quando se faz o transporte do ferro-crómio, há um certo alívio de vigilância e aproveitam para fazer o contrabando”, acrescentou.
Tinga admite a possibilidade de estas operações não serem do conhecimento das empresas proprietárias dos camiões referidos.
A fonte afirma que parece ser recorrente o uso deste tipo de meio de transporte para o contrabando de mercadorias, pois esta é a segunda operação a ser realizada em cerca de um mês.
“Isto obriga-nos a redefinirmos os nossos mecanismos de controlo, o nosso perfil de risco, e a nossa vigilância tem que ser extensiva a todos os meios. Temos que fazer o exercício de inteligência que nos permita penetrar o impenetrável. Os funcionários devem ser treinados de forma a darem melhor cobertura a estes casos”.
Tinga considera importante o papel do cidadão, na qualidade de denunciante, de situações estranhas, para mitigar o contrabando.
“Através de uma denúncia, foi possível chegar ao local, onde os camiões estavam aparentemente abandonados. Feitas as devidas averiguações, constatou-se que transportavam mercadoria ilícita”, concluiu.
(AIM)
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