
Vice-Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Zuneid Calunias, fala em conferência de imprensa
Maputo, 25 Jul (AIM) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) afirma que a escassez de divisas e queda de receitas nas exportações associadas as medidas de restrições cambiais aplicadas pelo Banco de Moçambique e outras entidades que regulam a legislação sobre a economia, preocupas sobremaneira os agentes económicos do país.
Segundo o vice-Presidente da CTA, Zuneid Calunias, de Janeiro a Fevereiro do presente ano, a queda média mensal das importações estima-se em 2,3%.
No primeiro trimestre de 2024, a redução foi de 2,5% em comparação ao mesmo período do ano transacto.
O regulamento cambial de Moçambique, estabelece que os Bancos Comerciais devem converter obrigatoriamente 30% de receita de exportação dos seus clientes.
O vice-presidente da CTA, Zuneid Calunias, referiu que os bancos comerciais têm exibido uma posição cambial positiva, indicando liquidez adequada para as necessidades do mercado.
“Do outro extremo, os bancos comerciais reportam posições cambiais positivas, mas enfrentam desafios na distribuição equitativa dessa liquidez “, disse.
Após retirada da provisão de divisas pelo Banco de Moçambique, relativamente ao pagamento de importações de combustíveis houve um aumento na procura de divisas para suportar outras importações essenciais com destaque para os alimentos e medicamentos.
A redução nas transacções no mercado cambial interbancário tem sido uma tendência preocupante com uma queda acentuada de 78,6% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o ano 2023
Calunias sublinhou que as exportações referentes aos grandes projectos desempenham um papel importante na geração de receitas de exportação.
A análise efectuada pela CTA revela que a cobertura das exportações sobre importações é menos destacada e considera um desafio estrutural na oferta de divisas.
A CTA afirma que o país continua sendo um importador líquido.
“Défices persistentes são suportados por fontes alternativas e divisas, investimentos estrangeiros directos (IDE), créditos externos e apoios internacionais”, disse o Vice-presidente da CTA.
Por outro lado, o sector empresarial avança que as perspectivas de curto prazo mostram sinais positivos com a retoma de grandes projectos e a entrada de fundos de organizações internacionais, tendo destacado o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Para inverter o actual cenário, a CTA advoga a redução do coeficiente das reservas obrigatórias em moeda que actualmente se situa em 39%, facto que concorre para libertar a liquidez no mercado.
Refira-se que este último posicionamento do sector empresarial “redução das reservas obrigatórias”, foi recentemente defendido pelo FMI na sua última missão ao país.
(AIM)
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